PIB terá queda de R$ 8,2 bi com alta no preço da energia em 2021, calcula CNI
Elevação dos custos terá impacto negativo no emprego, consumo das famílias e exportações


O aumento no preço da energia elétrica resultará em uma queda de R$ 8,2 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021, em comparação com o que ocorreria sem a crise energética, mostra estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Conforme o levantamento, para 2022, a previsão é de perda de R$ 14,2 bilhões.
De acordo com a CNI, neste ano, o consumo das famílias se reduzirá em R$ 7 bilhões, as exportações terão perdas equivalentes a R$ 2,9 bilhões, e o impacto no emprego será de menos 166 mil postos de trabalho.
A entidade aponta que, antes mesmo da crise hídrica, o custo da energia elétrica já era um dos principais entraves ao aumento da competitividade da indústria brasileira.
No ranking do estudo Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado pela CNI, o Brasil aparece na última posição, entre 18 países, no fator infraestrutura de energia, devido ao custo elevado da energia elétrica e à baixa qualidade no fornecimento.
“O alto custo dos impostos e dos encargos setoriais e os erros regulatórios tornaram a energia elétrica paga pela indústria uma das mais caras do mundo, o que nos preocupa muito, pois a energia elétrica é um dos principais insumos da indústria brasileira”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
“Essa elevação do custo de geração de energia é repassada aos consumidores, com impactos bastante negativos sobre a economia”, destacou o dirigente.
O estudo indica que os impactos da crise hídrica ainda serão sentidos no próximo ano. Em 2022, o aumento no preço da energia elétrica resultará em uma perda no PIB industrial de R$ 3,8 bilhões (a preços de 2020), em comparação ao que ocorreria sem os efeitos da crise. A perda estimada no PIB da indústria de transformação é de R$ 1,7 bilhão.
O impacto sobre o emprego é uma perda de cerca de 290 mil empregos em relação à quantidade de pessoas ocupadas entre abril e junho de 2021. O consumo das famílias se reduzirá em R$ 12,1 bilhões. O impacto na inflação é de mais 0,41%. As exportações devem cair aproximadamente R$ 5,2 bilhões.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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