Painéis solares flutuantes produzem até 14% mais energia, revela pesquisa
Segundo estudos internacionais, aumento de eficiência se deve em função do resfriamento da temperatura dos geradores fotovoltaicos


Estudos feitos em usinas solares flutuantes da Europa e Ásia, locais onde o nível de irradiação é bem menor do que no território brasileiro, mostram que a tecnologia de geração solar no espelho d’água gera aproximadamente 14% a mais de eletricidade do que o sistema em terra ou no telhado.
De acordo com a pesquisa realizada pela fabricante francesa Ciel & Terre International, detentora do Hidrélio®, tecnologia aplicada de estruturas plásticas flutuantes e utilizada em mais 60 usinas no mundo, o aumento de geração de energia se deve em função do resfriamento da temperatura dos painéis fotovoltaicos instalados no espelho d’água.
Outra vantagem de gerar energia solar na água é possibilitar um uso mais nobre da terra, por exemplo, seja para a agricultura ou outras atividades primordiais do ser humano. A tecnologia também reduz a evaporação da água em até 70% na área coberta pelos flutuadores, o que representa uma adição do volume hídrico de aproximadamente 20%.
No Brasil, a energia solar flutuante, embora ainda esteja em fase inicial, é aplicada em reservatórios de usinas hidrelétricas, em reservatórios de empresas de saneamento básico e em açudes e cursos d’água de propriedades rurais.
A própria Cesp, de forma inovadora, fez estudos na usina solar flutuante instalada no reservatório de Porto Primavera e os resultados de eficiências dos painéis ficou acima dos 14% verificados na Europa e na Ásia.
Um estudo recente da Unicamp, da professora Karina Maretti Strangueto, do Departamento de Energia da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), mostra, por sua vez um potencial gigantesco de geração de energia solar flutuante nas áreas alagadas dos reservatórios de hidrelétricas.
De acordo com pesquisa, é possível aumentar em pelo menos 70% a geração energética brasileira usando apenas 8% da área total dos reservatórios hidrelétricos, com acréscimo anual de cerca de 400 mil GWh, o que corresponde a aproximadamente 70% de todo o consumo nacional.
Outra vantagem apontada pela pesquisadora é poder compartilhar a estrutura de linhas de transmissão já instaladas nas usinas hidrelétricas, além de aproveitar todo potencial de incidência solar.
A pesquisa cobriu 165 das principais usinas hidrelétricas brasileiras, observando as áreas, latitudes, longitudes, altitudes, temperaturas e climas de cada reservatório para apurar o potencial de geração de energia solar fotovoltaica.
A primeira usina solar flutuante em operação no Brasil fica, no entanto, em uma propriedade rural. A Fazenda Figueiredo das Lages, em Cristalina (GO), no entorno do Distrito Federal, aproveitou uma lagoa artificial, que é abastecida com águas das chuvas por captação dos telhados e utilizada para irrigação, e instalou 1.150 painéis fotovoltaicos.
A estimativa é que os painéis gerem 304 quilowatts-pico (kWp), o que garante uma produção estimada de 50 megawatts-hora/mês (MWh/mês). A energia produzida na propriedade equivale às necessidades anuais de consumo de mais de 170 domicílios populares brasileiros.

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