Conta de luz acumula alta de 9,52% no Brasil em 2023

A tarifa de energia elétrica residencial acumulou aumento de 9,52% no Brasil em 2023, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado integra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta-feira (11/01). A alta supera a inflação do país, que encerrou o ano em 4,72%.

O cenário de aumento na conta de luz ocorre mesmo diante das condições favoráveis nos reservatórios das hidrelétricas do país e na vigência da bandeira verde, que não traz valor adicional na tarifa de energia elétrica, desde abril de 2022. Um dos principais fatores de impacto no encarecimento das tarifas foram os reajustes e revisões promovidas pelas distribuidoras.

Entre as 16 regiões metropolitanas e capitais do país abrangidas pela pesquisa, a maior alta acumulada de energia elétrica foi registrada em Belo Horizonte (MG), com variação de 27,97%. Em seguida vem Curitiba (PR), que somou aumento de 21,66% ao longo de 2023. Confira o ranking:

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Transporte puxa inflação

A inflação acumulada de 4,62% em 2023 ficou abaixo dos 5,79% registrados no ano anterior. Conforme o IBGE, o maior impacto nesse resultado veio do grupo Transportes (7,14%), com a alta acumulada da gasolina (12,09%).

Esse combustível tem o maior peso entre os subitens pesquisados no IPCA e, no ano, exerceu a maior contribuição individual para o resultado geral. “Vale lembrar que a gasolina teve o impacto da reoneração dos tributos federais e das alterações nas cobranças do ICMS”, destacou o gerente do IPCA, André Almeida.

Outras altas relevantes no grupo foram do emplacamento e licença (21,22%) e das passagens aéreas (47,24%). Já os preços dos automóveis novos (2,37%) desaceleraram em relação a 2022 (8,19%), enquanto os dos usados recuaram 4,80%. “Como os preços dos automóveis subiram em 2022, o IPVA refletiu essa alta no ano seguinte”, explicou o especialista.

O grupo de Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA, subiu 1,03% no ano. O resultado se deve à queda nos preços da alimentação no domicílio (-0,52%), com a deflação do óleo de soja (-28%) do frango em pedaços (-10,12%) e das carnes (-9,37%). Outros grupos de destaque no acumulado do ano foram Saúde e cuidados pessoais (6,58%) e Habitação (5,06%).

“O grupo de produtos alimentícios ficou abaixo do resultado geral e ajudou a segurar o índice de 2023. Houve quatro quedas seguidas no meio de ano, o que contribuiu para esse resultado. A queda na alimentação no domicílio reflete as safras boas e a redução nos preços das principais commodities no mercado internacional, como a soja e o milho”, analisou o gerente da pesquisa.