Conta de luz acumula alta de 9,34% no Brasil nos últimos doze meses

A tarifa de energia elétrica residencial acumula aumento de 9,34% no Brasil nos últimos doze meses, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado integra o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (12/09). O valor supera a inflação do país no período, que é de 4,61%.

Ao longo de 2023, o item acumula alta de 7,35%, também acima da inflação dos oito meses do ano (3,23%). O mesmo ocorre no mês de agosto, com a conta de luz registrando aumento de 4,59, frente a um IPCA de 0,23%.

Em todos os recortes, a energia elétrica residencial foi o item de maior impacto do grupo Habitação, responsável pela maior variação no mês de agosto, com 1,1%. Conforme o IBGE, o cenário é influenciado pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas do mês anterior.

Além disso, aumentos nas tarifas foram aplicados em três áreas no mês: Vitória (ES), Belém (PA) e São Luís (MA), com reajustes de 3,20%, 9,40% e 10,43%. Nos últimos doze meses, Belo Horizonte (MG), Salvador (BA) e Brasília (DF) registraram as maiores altas, com 26,92%, 22,86% e 21,77%, respectivamente.

Perspectiva de aumento

O cenário de aumento na conta de luz ocorre mesmo diante das condições favoráveis nos reservatórios das hidrelétricas do país e na vigência da bandeira verde, que não traz valor adicional na tarifa de energia elétrica, desde abril de 2022.

Um estudo da consultoria Rystad Energy indica que o fenômeno El Niño poderá afetar o regime de chuvas no Brasil em 2024, com possibilidade de períodos de seca no Norte e Nordeste, levando a um aumento aos custos de produção de energia no final do próximo ano.

Outro do estudo, da Volt Robotics, estima que a tarifa de energia terá um aumento de 16,6% no Brasil entre 2022 e 2030. O cálculo contabilizou o impacto de diferentes componentes na variação de custos, como encargos, transmissão, energia e distribuição, além de simular o comportamento do consumidor de energia nos próximos anos.