Brasil poderá acrescentar mais de 100 GW de energia solar até 2028
Estudo da SolarPower Europe indica que setor fotovoltaico do país tem um dos maiores potenciais de crescimento do mundo para os próximos cinco anos


O Brasil tem potencial de instalar mais de 100 GW de energia solar nos próximos cinco anos, mostra estimativa da SolarPower Europe, principal associação europeia do setor fotovoltaico. Conforme o estudo, o país estará entre os cinco mercados com maior crescimento em capacidade instalada da fonte no período de 2024 a 2028.
As projeções indicam um acréscimo de 59 GW no cenário pessimista, 79 GW no cenário médio e 109 GW no cenário otimista. A avaliação supera a feita pela entidade no ano passado, quando o Brasil aparecia na 6ª colocação, ficando atrás da Espanha.
O documento ainda inclui projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), que, levando em conta dados oficiais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apontam que o Brasil poderá atingir entre 62,1 GW e 77,4 GW de capacidade instalada acumulada até 2028.
Para geração solar distribuída, a estimativa é de 34,9 GW e 45 GW no período. Para geração solar centralizada, a Absolar estima instalações anuais de 3,3 GW a 4,2 GW até 2028.
Mudança na dinâmica regional
A pesquisa ainda avalia que, de 2024 a 2028, o mercado global de energia solar deverá passar por mudanças na dinâmica de crescimento regional em relação aos últimos anos. Após atingir um pico de 57% em 2023, é esperado que a participação da China na capacidade instalada seja reduzida progressivamente: para 55% em 2024, 50% em 2026 e 48% em 2028.
A SolarPower Europe acredita que o atual baixo capex necessário para atingir um custo nivelado de energia (LCOE) atrativo criará um momento forte para mercados emergentes e novos. Apesar das metas de energia solar da União Europeia para 2030, além de melhoras regulatórias para o setor, o crescimento da fonte no continente deverá ser mais lento em relação as outras regiões. O mercado europeu tende a perde 2% de participação, de 16% em 2023, para 14% em 2027 e 2028, abaixo da estimativa anterior, que era de 19%.
As Américas devem defender a participação de 13% nos próximos quatro anos, antes de ganhar 1% e subir para 14% em 2028. Estados Unidos e Brasil seguirão como os pilares de crescimento do continente, que receberá contribuição de um número maior de países latino-americanos nos próximos anos.
A região Ásia-Pacífico, excluindo a China, deverá registrar o maior crescimento absoluto. Em razão da grande população e do enorme potencial solar, poderá ver a participação crescer de 11% em 2023 para 18% em 2028. Destaque para a Índia, cujo mercado crescerá quase quatro vezes no período.
Em uma escala menor, o Oriente Médio e África deverão experimentar o maior ganho relativo, dobrando a participação de mercado de 3% em 2023 para 6% em 2028, impulsionado por grandes projetos no Oriente Médio.
Potencial dos países
A composição dos 20 mercados com maior potencial de instalação nos próximos cinco teve pequenas mudanças em relação a estimativa anterior. Além do Brasil, que entrou no TOP 5, a Itália avançou da 10ª para 9ª posição e a Turquia entrou no TOP 10, subindo do 18º lugar.
Mercados com maior potencial de acréscimo de energia solar (2024-2028):
A China deverá adicionar quase 1,8 TW no período de 2024 a 2028, mais do que o dobro da expectativa divulgada no ano passado, de 873 GW, e superando a capacidade acumulada global de energia solar de 2023, que foi de 1,6 GW. EUA, Índia e Alemanha completam as quatro primeiras colocações. Todos eles deverão adicionar mais de 100 GW nos próximos cinco anos.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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