Como funciona um avião elétrico?
A eletrificação do transporte é considerada essencial para reduzir emissões globais de gás carbônico (CO2) e ajudar no combate às mudanças climáticas. Além disso, trocar combustíveis derivados do petróleo pela eletricidade também contribui para menores custos, tornando as viagens mais econômicas. Observamos o crescimento do uso de carros, caminhões e ônibus elétricos, mas essa transformação também está ocorrendo no transporte aéreo.
O uso de aviões elétricos já está se tornando uma realidade. Conheça detalhes sobre esse jeito inovador de voar.
Emissões do setor de aviação
O combustível mais utilizado por aviões é o querosene de aviação, um derivado de petróleo. Em 2021, ao setor respondeu por cerca de 2% das emissões globais de CO2 relacionadas ao uso de energia, indica estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Nas últimas décadas, as emissões das viagens aéreas registraram crescimento mais rápido do que o transporte rodoviário, de trilhos e marítimo.
O diagnóstico é que muitos avanços técnicos relacionados a combustíveis de baixa emissão, engenharia e desempenho operacional são necessários para colocar o segmento na rota para as metas de descarbonização até 2050.
Como funciona um avião elétrico?
O avião elétrico utiliza eletricidade para abastecer um ou mais motores elétricos que movimentam as turbinas ou propulsores. A eletricidade pode ser fornecida por diversos métodos, mas o mais comum é por meio de baterias. Outra possibilidade são células de combustíveis, que geram eletricidade por meio de uma reação química. Nesse caso, o avião precisa ser reabastecido com hidrogênio.
Recarga de um avião elétrico
O reabastecimento da carga elétrica pode ser feito das seguintes maneiras:
Cabos externos: por meio de uma conexão com a rede elétrica ou a um gerador.
Células fotovoltaicas: algumas aeronaves contam com painéis de energia solar integrados, que convertem a luz do Sol diretamente em eletricidade.
Micro-ondas: energia eletromagnética pode ser irradiada por meio de uma fonte instalada no solo. Esse tipo de técnica só foi demonstrada em pequenos modelos e ainda precisa ser desenvolvido para uso em larga escala.
A forma de armazenamento de energia mais comum em aeronaves elétricas é a bateria de lítio, em razão de sua alta densidade e facilidade de recarga.
Avião elétrico comercial
O primeiro avião elétrico comercial do mundo realizou um voo de teste em 27 de setembro de 2022 nos EUA. A aeronave Alice, desenvolvida pela empresa israelense Eviation Aircraft, voou por oito minutos, atingindo uma altitude de 3.500 pés, o que equivale a cerca de um quilômetro, antes de pousar no Aeroporto Internacional de Grant County, no estado de Washington.
Esse avião elétrico atinge velocidade máxima de 482 quilômetros por hora e carga de 1.100 quilos na versão com passageiros. O modelo estará disponível em três versões: nove passageiros, seis passageiros e transporte de carga.
Avião solar
Em julho de 2022, a Zephyr S, aeronave não tripulada movida a energia solar da Airbus, bateu o recorde de autonomia de voo, ficando 26 dias seguidos no ar, sobrevoando áreas dos Estados Unidos, Golfo do México e América do Sul, cobrindo uma distância de 56 mil quilômetros ao longo da viagem.
O modelo possui células fotovoltaicas e baterias de lítio-enxofre a bordo que garantem o fornecimento de energia durante a noite. A aeronave foi projetada para desempenhar funções de observação e comunicação.
Aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL)
O eVTOL é um tipo de aeronave de decolagem e pouso vertical que utiliza energia elétrica como fonte de combustível. Esse modelo tem sido desenvolvido para executar funções de mobilidade urbana e taxi aéreo por companhias como a Boeing, Airbus, Embraer, Honda, Toyota e Hyunday.
Além disso, essas aeronaves também podem ser usadas por empresas de entregas, serviços de atendimento médico e em ações militares e de segurança. Muitas vezes, esse tipo de veículo opera sem asas, fazendo uso de hélice e motores de propulsão. Por essa razão, os eVTOLs são muitas vezes tratados como carros voadores e não como aviões elétricos.