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Entenda a real autonomia de um carro elétrico

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Como funciona a autonomia em carros elétricos?

A autonomia em carros elétricos refere-se à distância que um veículo pode percorrer com uma única carga completa da bateria. Fabricantes geralmente fornecem estimativas com base em testes padronizados, mas a autonomia real pode diferir em condições de condução do mundo real.

Existem várias metodologias e padrões de teste utilizados globalmente, sendo os mais comuns:

  • EPA (Environmental Protection Agency): nos Estados Unidos, a EPA realiza testes de autonomia em laboratório, simulando um ciclo de condução composto por uma combinação de condução urbana e rodoviária. A autonomia resultante é uma estimativa de quantas milhas o veículo pode percorrer com uma carga completa da bateria em condições mistas de condução.
  • WLTP (Worldwide Harmonized Light Vehicles Test Procedure): este é o padrão adotado na Europa e em muitos outros países. O WLTP foi desenvolvido para fornecer resultados mais realistas comparados ao seu predecessor, o NEDC (New European Driving Cycle). O teste WLTP inclui várias fases de condução (baixa, média, alta e muito alta velocidade) para simular diferentes cenários de uso.
  • NEDC (New European Driving Cycle): embora esteja sendo substituído pelo WLTP, o NEDC ainda é utilizado em algumas regiões. Ele é considerado menos realista por não refletir com precisão as condições de condução do mundo real, resultando frequentemente em estimativas de autonomia mais otimistas.
  • CLTC (China Light-Duty Vehicle Test Cycle): este é o padrão utilizado na China para medir a autonomia dos veículos elétricos. O ciclo CLTC é projetado para refletir as condições de condução típicas na China.

Processo de Teste

Simulação em Dinamômetro: o veículo é colocado em um dinamômetro de chassis, que simula a resistência da estrada e permite a medição precisa do consumo de energia em diferentes condições de condução.

Ciclos de condução: durante o teste, o veículo segue um ciclo de condução específico que inclui diferentes velocidades, acelerações, desacelerações e paradas. Isso simula tanto a condução urbana quanto rodoviária.

Condições padronizadas: as condições do teste, como temperatura ambiente e carga do veículo, são padronizadas para garantir consistência e comparabilidade entre diferentes veículos.

O que influencia a autonomia em carros elétricos

Vários fatores influenciam a autonomia dos carros elétricos, incluindo peso, capacidade da bateria, eficiência energética do veículo e estilo de condução. A autonomia real de um carro elétrico pode variar dependendo da combinação desses fatores.

Peso

O peso total do veículo, incluindo passageiros e carga, influencia a autonomia. Veículos mais pesados consomem mais energia para se mover.

Ar-condicionado

O uso do ar-condicionado em um carro elétrico pode ter um impacto significativo na autonomia, devido ao consumo adicional de energia necessário para operar o sistema de climatização.

Estrada

Subidas íngremes e tráfego intenso, com paradas e partidas frequentes, podem reduzir a autonomia. Em contrapartida, a frenagem regenerativa em descidas e durante paradas pode recuperar parte da energia, aumentando a autonomia.

Velocidade

A forma como o motorista dirige pode impactar significativamente a autonomia. Acelerações rápidas, frenagens bruscas e altas velocidades tendem a consumir mais energia.

Capacidade de bateria

A capacidade da bateria, medida em quilowatt-horas (kWh), é um dos principais determinantes da autonomia. Baterias com maior capacidade podem armazenar mais energia, permitindo que o carro percorra distâncias maiores.

Saiba mais sobre a bateria de estado sólido

Aqui estão os principais aspectos de como a bateria afeta a autonomia:

  • Capacidade total: a capacidade da bateria é medida em quilowatt-horas (kWh). Quanto maior a capacidade, mais energia a bateria pode armazenar, permitindo que o veículo percorra distâncias maiores. Por exemplo, um carro com uma bateria de 75 kWh terá, em geral, maior autonomia do que um com uma bateria de 50 kWh.
  • Capacidade utilizável: nem toda a capacidade total da bateria é utilizável. Para prolongar a vida útil da bateria, os fabricantes normalmente não permitem que ela seja descarregada completamente ou carregada até 100%. A capacidade utilizável é a porção da capacidade total que pode ser efetivamente usada para a condução.
  • Densidade energética: refere-se à quantidade de energia que a bateria pode armazenar por unidade de peso ou volume. Baterias com maior densidade energética podem fornecer mais autonomia sem adicionar muito peso ou ocupar muito espaço no veículo.
  • Taxa de descarga: a forma como a energia é descarregada durante a condução também influencia a autonomia. Taxas de descarga mais altas (por exemplo, durante acelerações rápidas) podem reduzir a eficiência da bateria.
  • Eficiência de conversão: a eficiência com que a bateria converte energia química em energia elétrica também afeta a autonomia. Perdas na conversão reduzem a quantidade de energia disponível para o motor.
  • Sistema de resfriamento: baterias operam melhor em temperaturas moderadas. Sistemas de gestão térmica ajudam a manter a bateria na faixa de temperatura ideal, evitando superaquecimento ou esfriamento excessivo que podem reduzir a eficiência e a vida útil da bateria.
  • Desempenho em climas frios: em climas frios, a eficiência da bateria pode diminuir, resultando em menor autonomia. Alguns veículos elétricos possuem sistemas de pré-aquecimento para manter a bateria em temperatura ideal antes do uso.
  • Tipos de bateria: a maioria dos veículos elétricos modernos utiliza baterias de íon de lítio devido à sua alta densidade energética e eficiência. No entanto, outras tecnologias, como baterias de estado sólido, estão em desenvolvimento e podem oferecer melhorias significativas na autonomia e segurança.
  • Degradação da bateria: com o tempo e uso, as baterias perdem capacidade devido à degradação química. Isso resulta em uma diminuição gradual da autonomia ao longo da vida útil do veículo.
  • Impacto no peso total do veículo: baterias grandes e pesadas aumentam o peso total do veículo, o que pode reduzir a eficiência energética e, portanto, a autonomia. O design do veículo e a localização da bateria podem ajudar a mitigar esse efeito, distribuindo o peso de maneira mais eficiente.
  • Sistema de gerenciamento da bateria (BMS): o BMS monitora e gerencia a carga e descarga da bateria, otimizando a eficiência e prolongando a vida útil. Ele também pode influenciar a autonomia ajustando o desempenho do veículo com base nas condições atuais da bateria e da condução.
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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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