Mitsubishi desenvolve blockchain para otimizar comercialização de energia ponto a ponto
Projeto conta com a parceria da universidade japonesa Tokyo Tech e objetivo é simplificar a comercialização de energia limpa de forma competitiva


A Mitsubishi, em parceria com a universidade japonesa Tokyo Tech, anunciou recentemente o desenvolvimento de um sistema baseado em blockchain, plataforma que permite negociação ponto a ponto (P2P) de energia. A empresa japonesa quer que produtores de energia limpa físicos ou jurídicos possam negociar o excedente produzido de forma simplificada, segura e eficiente. Ou seja, o proprietário de uma residência com painel solar, por exemplo, poderá vender o excedente da energia produzida para outros consumidores de forma ágil e competitiva.
Na parceria, a Mitsubishi ficou responsável por desenvolver o sistema de negociação e de transações P2P, enquanto a Tokyo Tech, pelo desenvolvimento da rede blockchain e pelos algoritmos de compensação, informou o comunicado da empresa japonesa.
O comunicado também reforça que ao contrário de outros projetos de blockchains convencionais, que exigem enorme poder computacional para processar transações, esse novo método de mineração permite a otimização de ordens de compra e venda com o mínimo de cálculos possível, podendo ser executado por microcomputadores.
Na prática, o sistema vai encontrar compradores e vendedores com objetivos semelhantes, por meio do algoritmo do sistema, de forma randômica e baseada nas metas e dados comerciais compartilhados pelas partes.
“O comércio de energia P2P é um novo método de negociação de energia excedente e atrai a atenção ao permitir que os prosumidores [termo usado para identificar “produtor” e “consumidor”] comercializem diretamente a energia excedente a preços atrativos”, diz o comunicado oficial da Mitsubishi.
Ainda segundo o comunicado, “ao passo que a atual Lei do Setor Elétrico permite que apenas empresas varejistas de energia vendam eletricidade aos consumidores, agora estão sendo realizadas demonstrações para testar o uso da tecnologia blockchain para transações de energia P2P sob a gestão de operadoras elétricas varejistas, com o objetivo de verificar a eficácia de tais transações ao identificar quaisquer possíveis problemas”.
Curiosamente este não é o primeiro projeto desenvolvido em blockchain para otimizar a negociação de energia P2P. Já existem sistemas como WePower e PowerLedger com tecnologia similar, mas a união entre as renomadas Mitsubishi e a universidade Tokyo Tech pode impulsionar o uso da tecnologia blockchain para esta finalidade.

Adriana Dorante
Jornalista formada pela Universidade Santa Cecília (Santos), com especialização em jornalismo econômico pela PUC/SP. Trabalhou como repórter de economia em grandes veículos de Comunicação, como DCI e jornais regionais em Campinas. Realizou trabalhos em comunicação institucional (publicações impressas e digitais) e assessoria de imprensa para entidades e empresas de diferentes segmentos em São Paulo. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 5 anos.
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