Iberdrola, BP e Enagas firmam parceria para desenvolvimento de projeto de hidrogênio verde

A Iberdrola firmou uma parceria com as empresas do setor de óleo e gás BP e Enagas para o desenvolvimento de um estudo de viabilidade de um projeto de grande porte de hidrogênio verde na Espanha. O empreendimento será instalado na refinaria da BP em Castellón, substituindo o hidrogênio cinza atualmente utilizado na produção de biocombustível.

O projeto será composto por um eletrolisador de 200 MW abastecido por energia renovável, incluindo um sistema solar fotovoltaico de 40 MW. Há expectativa de que a capacidade do eletrolisador possa ser expandida para 115 MW mais adiante.

Conforme a Iberdrola, o empreendimento, que precisará de investimentos de US$ 90 milhões para ser construído, poderá iniciar as operações comerciais em 2023. O presidente da BP Espanha, Carlos Barrasa, afirmou que o estudo reforça o compromisso da companhia com o hidrogênio como o combustível do futuro.

Esse é a segunda parceria de hidrogênio verde anunciada pela Iberdrola nesse mês. A empresa também afirmou planejar a construção de um projeto abastecido por energia solar em uma fábrica de telhas de cerâmica na Espanha, para descarbonizar o processo produtivo.

A companhia divulgou em setembro do ano passado planos para uma nova unidade de negócios focada em hidrogênio que utilizará 100% de energia limpa no processo de eletrólise, em uma iniciativa para responder as necessidades de eletrificação e descarbonização da indústria e do setor de transporte pesado.

O diretor executivo da Iberdrola Espanha, Ángeles Santamaria, disse que a empresa focará na pesquisa e desenvolvimento de hidrogênio verde para setores que enfrentam dificuldade na descarbonização. “Juntos, podemos contribuir para o avanço tecnológico de hidrogênio verde, tornando-o uma solução competitiva para a descarbonização da indústria e para o transporte pesado.”

O CEO da Enagas, Marcelino Oreja, assinalou que a colaboração entre companhias, administrações e instituições é essencial para que estes projetos se tornem uma realidade. “Essa iniciativa é um claro exemplo de atuação em conjunto.”

Um estudo da BloombergNEF (BNEF) divulgado nesse mês apontou que o hidrogênio verde pode se tornar mais barato que o gás natural até 2050, com o preço caindo cerca de 85% nos próximos 30 anos. A análise ressaltou que a redução de custos no setor solar serão cruciais para o desenvolvimento dessa tecnologia.

Recentemente, a Longi Green Energy anunciou a criação de uma unidade de negócios dedicada ao mercado de hidrogênio verde. Em março, a Enegix Energy anunciou que construirá a maior planta de hidrogênio verde do mundo no Brasil, após assinar um memorando de entendimento com o governo do estado do Ceará.

De acordo com a companhia, o projeto, batizado de Base One, produzirá mais de 600 milhões de quilos de combustível por ano e será abastecido por 3.4 gigawatts (GW) de energia renovável. O investimento previsto é de US$ 5,4 bilhões.