Vendas de carros elétricos podem atingir 80 mil unidades no Brasil em 2023, estima ABVE

Caso a projeção se confirme, os eletrificados fecharão o ano com um novo recorde de comercialização no País

VENDA DE CARROS ELÉTRICOS PODE CHEGAR A 80 MIL NO BRASIL EM 2023, DIZ ABVE
Reprodução/Pexels

Apesar das incertezas geopolíticas que impactam as cadeias de fornecimento global, o cenário para o mercado de carros elétricos no Brasil mostra-se promissor em 2023, de acordo com a avaliação do presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Adalberto Maluf. Para ele, a projeção é que as vendas dos veículos não poluentes atinjam um novo recorde, chegando a 80 mil automóveis distribuídos até o final do ano.  

“Sempre adotamos na ABVE a prática de projetar dois cenários. No mais otimista, vendas entre 75 mil e 80 mil. No mais conservador, entre 65 mil e 70 mil. Em qualquer caso, será um novo recorde”, pontuou o executivo em entrevista exclusiva ao Portal Solar.  

Em 2022, as vendas somaram 49.245 em todo o país, uma alta de 41% comparado com os 34.990 eletrificados distribuídos em 2021, que já havia registrado um aumento de 77% ante 2020. O mercado de automóveis elétricos tem apresentado crescimento exponencial há cinco anos seguidos.  

O mês de janeiro deste ano registrou 4.503 carros emplacamentos, o que representa um crescimento de 76% em relação a janeiro de 2022 (2.558). Em fevereiro, o cenário também foi positivo, com 4.294 unidades, 25% a mais do que o mesmo mês de 2022 (3.435). Os dados divulgados são da ABVE. 

Avaliando os modelos que devem destacar-se neste ano, Maluf prevê um crescimento importante dos ônibus elétricos nas cidades e da eletrificação das frotas de prestação de serviços públicos, como os caminhões de lixo, policiamento e transporte escolar. Além disso, o executivo ainda estimou um aumento da eletrificação dos serviços de compartilhamento de veículos.

“Acredito que assistiremos nos próximos dois anos ao crescimento das frotas elétricas de veículos comerciais leves, para atender às exigências da Agenda ESG das empresas e aos planos municipais de descarbonização do transporte urbano de carga”, disse. 

“Do ponto de vista do consumidor comum, veremos um crescimento da oferta de veículos elétricos menores e compactos, que atenderão às faixas de renda mais modestas”, acrescentou. 

Desafio para o setor de mobilidade elétrica

De acordo com Maluf, as principais ameaças para o setor de mobilidade elétrica vêm do cenário externo. “Não sabemos como a guerra entre Rússia e Ucrânia seguirá afetando a produção mundial de semicondutores. Também existem dúvidas sobre a oferta de metais e minerais estratégicos para a produção de baterias”, pontuou.

O dirigente explicou que a expectativa era de que o preço global médio do Kw/h das baterias ficasse abaixo dos US$ 100 até 2024 ou 2025. Porém, atualmente, já não há essa certeza.

Além disso, Maluf também destacou que será necessário acompanhar os efeitos que a nova crise financeira, provocada pela falência do banco Silicon Valley Bank (SVB), pode causar na economia mundial. No entanto, no cenário doméstico, Maluf reforçou que as expectativas são bastante promissoras.  

No cenário político, o executivo destacou que o mercado de automóveis elétricos pode ser impactado de maneira positiva. "A mudança de governo trouxe uma mudança de abordagem sobre a sustentabilidade ambiental, sobre os compromissos brasileiros com o corte das emissões globais de gases do efeito estufa e, principalmente, sobre o futuro da indústria brasileira”, comentou. 

O executivo pontuou que é necessário aproveitar o momento favorável para propor as políticas públicas que contribuam com o avanço da agenda da eletromobilidade no Brasil. 

Etanol x motores elétricos

O Brasil é um dos principais produtores de etanol do mundo e tem décadas de experiência na utilização desse combustível de baixa emissão para abastecer a frota de veículos do País. Maluf acredita que esse cenário não representa uma barreira para a expansão do setor de automóveis elétricos.

“Não vemos o etanol como uma ameaça, ao contrário. Uma política inteligente de transição energética deve saber aproveitar o que o Brasil tem de melhor. Temos a melhor indústria de biocombustíveis do planeta e temos uma matriz de geração de eletricidade mais de 80% sustentável”, destacou o presidente da ABVE. 

Nesse sentido, o executivo também acrescentou que é necessário trabalhar pela convergência entre essas tecnologias. ”O que não podemos é fechar a porta à eletrificação, a pretexto de beneficiar a indústria de biocombustível. O Brasil é um imenso mercado para todas as tecnologias de baixa emissão."

"Os eletrificados, hoje, respondem por apenas 2,5% do market share. Podemos avançar muito mais. Se soubermos unir forças e competências, voltaremos a ser líderes globais em transporte sustentável”, ressaltou o dirigente.  

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Vanessa Loiola

Jornalista formada pela PUC-SP com experiência em mídia digital. Já cobriu as editorias de economia, finanças, bolsa de valores, política e entretenimento.

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