Híbridos plug-in lideram vendas de carros elétricos no Brasil em janeiro
País registrou 12,5 mil emplacamentos de veículos leves eletrificados no primeiro mês de 2025, mostra pesquisa da ABVE


O Brasil registrou 12.556 vendas de veículos leves eletrificados em janeiro, mostra levantamento da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Conforme nova metodologia da entidade, o total inclui emplacamentos de veículos 100% elétricos (BEV), híbridos plug-in (PHEV) e veículos híbridos com tração elétrica, mas sem recarga elétrica (HEV e HEV Flex).
Em termos de participação de vendas, os PHEV ficaram com 53,4% (6.701). Na comparação com janeiro de 2024 (3.910), houve aumento de 71,4%. Já sobre dezembro de 2024 (10.521), houve um recuo de 36,3%. Os BEV ficaram com participação de 29,4% (3.700), com recuo de 15% sobre janeiro de 2024 (4.358). O mesmo ocorre na comparação com dezembro de 2024 (4.368), também com 15% a menos.
Os HEV ficaram com 12% da participação em janeiro (1.545), um crescimento de 23,5% sobre janeiro de 2024 (1.251) e uma retração de 5% sobre dezembro (1.622). Já os HEV Flex ficaram com 5% de participação de mercado em janeiro (610), com retração de 62% sobre janeiro de 2024 (1.593) e de 57% sobre dezembro (1.426).
Novos critérios
A ABVE passou a não incluir no levantamento os micro-híbridos, ou MHEV (Mild Hybrid Electric Vehicles), que são os veículos híbridos sem tração elétrica e com motorização abaixo de 60V. Conforme a associação, o ajuste no critério decorre do entendimento de que a chegada ao mercado dos veículos híbridos MHEV de 12V, a partir de outubro de 2024, pode gerar uma distorção sobre o crescimento real da venda de carros elétricos no Brasil.
“Fizemos essa atualização nos critérios da ABVE Data para deixar mais claro ao consumidor e ao mercado em geral quais veículos podem efetivamente ser considerados eletrificados e quais não”, disse o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
“Em nosso entendimento, os MHEV de 12V a 48V, que até o ano passado representavam uma parcela pouca expressiva do mercado, podem aumentar significativamente sua participação nos próximos anos, substituindo os similares a combustão, ainda que, a rigor, não possam ser considerados veículos eletrificados”, explicou o presidente da ABVE.
A partir dos números de janeiro, a ABVE Data passará a considerar como veículos eletrificados aqueles com motorização elétrica acima de 60V, com tração elétrica independente (ou seja, capazes de se movimentar somente com o motor elétrico por algum período do trajeto) e com uma contribuição significativa à redução das emissões de gás carbônico, quando comparados a um similar a combustão.
Geografia das vendas
De acordo com o levantamento, a região Sudeste permanece na liderança das vendas de carros elétricos, com participação de 47% nos emplacamentos em janeiro (5.898), seguida do Nordeste, com 18% (2.235) e Sul, com 17% (2.129). O Centro-Oeste ocupa a quarta posição, com 14% (1.768), seguido pela região Norte, com 4% (529).
Em janeiro de 2024, o ranking das regiões era um pouco diferente. O Sudeste estava em primeiro lugar, com 51% das vendas, o Sul em segundo, com 18%, e o Nordeste em terceiro, com 14%, seguido pelo Centro-Oeste e Norte.
A ABVE destaca que a queda de 3,9 pontos percentuais do Sudeste indica que as vendas de eletrificados avançam nas demais regiões do país. A principal explicação para esse crescimento nas demais regiões é a expansão da infraestrutura de recarga.
No final de novembro de 2024, havia 12.137 pontos de recarga públicos e semipúblicos no país, sendo 10.612 do tipo AC (recarga lenta) e 1.516 do tipo DC (recarga rápida), conforme dados da Tupi Mobilidade.
Além da infraestrutura, a ABVE aponta que houve também aumento da oferta desses veículos, com a abertura de novas concessionarias em diferentes regiões.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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