Concessionárias de veículos começam a investir em eletropostos com apoio da energia solar

A mobilidade elétrica e a energia solar caminham juntas para um crescimento exponencial no Brasil e no mundo, impulsionado pela mudança do perfil dos consumidores que hoje buscam por inovações tecnológicas e sustentáveis. Somado a isso, há um esforço global pela redução de emissão de poluentes, inclusive com alguns países adotando metas agressivas neste sentido.

Assim como a energia solar que apresenta grandes saltos ano após ano, os carros elétricos estão chegando com tudo. E, para atender a essa demanda, o investimento em infraestrutura, como em estações de recargas é o foco das concessionárias. Neste caso, a fonte solar é uma das alternativas para gerar energia elétrica a essas estações.

Volvo, Audi, BMW Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz e Toyota estão apostando na infraestrutura para esse segmento. Em entrevista à revista Forbes, Gerold Pillekamp, gerente sênior de gerenciamento de produto da Audi do Brasil, destacou que as empresas estão desenvolvendo diversas ações no campo da sustentabilidade.

“Tal atuação hoje não é apenas no produto final, ou seja, no veículo elétrico em si, mas sim em toda a cadeia, desde a matéria-prima e produção até as concessionárias e um grande investimento de projetos de recarga para veículos elétricos.” O executivo contou que a fábrica do Audi e-tron, em Bruxelas (Bélgica), por exemplo, já é 100% neutra em carbono. “Aqui no Brasil, estamos atuando em geração de energia solar para parte das nossas operações. E inclusive temos concessionárias que já utilizam energia solar também”.

“Hoje, quem compra carro elétrico gosta de tecnologia e, assim que uma novidade chega ao mercado, ele quer ser um dos primeiros a adotar. Além disso, é um cliente que pensa intensamente na questão da sustentabilidade também”, acrescenta Pillekamp.

Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) registraram um salto de 800 emplacamentos em 2013 para 12 mil em 2019. De janeiro a agosto de 2020, já são mais de 11 mil, e mesmo assim, está bem abaixo da previsão antes da pandemia causada pelo novo coronavírus, que era de 27 mil emplacamentos. Em 2019, o Toyota Corolla híbrido, único do tipo produzido na América Latina foi o propulsor para o salto de 4 mil para 12 mil unidades vendidas.

Para se ter uma ideia do aumento da demanda, a Volvo lançou em outubro do ano passado, o primeiro carro movido exclusivamente por energia elétrica e toda a produção de 2020 já está esgotada.

Já a Audi lançou e 2020 no Brasil o e-tron e e-tron Sportback e assim como a Volvo também investe em eletropostos. Foram R$ 10 milhões anunciados há um ano para a instalação de 200 pontos de recarga no país até 2022. A marca também fez parceria coma parceria com a Porsche e a Volkswagen para junto com a empresa de energia EDP implantar 30 estações de recarga, sendo 29 de 150 kW e uma de 350 kW, todas operacionais em um prazo de três anos.

Por sua vez, o i3 da BMW já emplacou 330 unidades e já prepara quatro modelos inéditos, entre híbridos e elétricos. Para isso, criou 250 postos novos (espalhados por shoppings, supermercados e postos de combustível). Além de estar definindo o tamanho do investimento no segmento, a marca quer ampliar de nove para 24 concessionários habilitados para lidar com os produtos eletrificados da fabricante. Henrique Miranda, gerente de conectividade e responsável pela BMWi no Brasil também explicou a Forbes que o mercado brasileiro destravou.

“Hoje o concessionário está pedindo esses carros. E posso afirmar categoricamente: o cliente brasileiro é muito diferente do americano e do europeu, pois está entre os mais voltados para tecnologia. Tudo o que surge de novidade ele quer experimentar, conhecer, o que faz naturalmente que eletrificados entrem na sua lista de prioridades”.

A expansão das estações de recargas também faz parte dos planos da Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz – ainda iniciante no mercado de mobilidade brasileiro, com o lançamento do veículo 100% elétrico EQC 40.