Brasil deve explorar biocombustíveis, mas sem perder de vista a eletrificação
Vice-presidente da Volkswagen Caminhões & Ônibus, Leandro Siqueira, participou da nesta sexta-feira (17/09) da 9ª Conferência de Energia e Recursos Naturais na América Latina, promovida pela KPMG


O Brasil deve investir no desenvolvimento de biocombustíveis, mas sem perder de vista a tendência global de eletrificação e outras tecnologias que estão transformando a indústria de transporte, disse o vice-presidente de estratégia corporativa, planejamento de produto & digitalização da Volkswagen Caminhões & Ônibus, Leandro Siqueira.
A afirmação foi feita nesta sexta-feira (17/09) durante a 9ª Conferência de Energia e Recursos Naturais na América Latina, promovida pela KPMG, em um painel onde era debatido o futuro da matriz energética da indústria automotiva brasileira.
A ideia é que a descarbonização dos transportes não será feita por uma única tecnologia. O etanol é uma solução boa opção para o Brasil, mas o País não deve deixar de explorar outras alternativas.
“Temos uma especificidade no País, mas não podemos ficar isolados com soluções exclusivas. Temos que casar isso com o resto do mundo", disse Siqueira.
“Nós temos que planejar qual futuro queremos, dentro dessa pluralidade de soluções, e direcionar nossos investimentos. É preciso um plano diretor para entender quais tecnologias iremos priorizar e criar um ecossistema para impulsionar a transformação”, disse o executivo, que defende que esse direcionamento precisa ser discutido em conjunto entre indústria e governo
Ele destacou que a Volskwagen lançou recentemente no Brasil um caminhão elétrico para entregas urbanas, o e-Delivery, por acreditar que essa aplicação já é viável no País. “Nos demais segmentos, precisamos estudar alternativas. Temos investido em soluções que passam pela biomassa e pelo gás natural.”
Baterias de nióbio
A Volkswagen Caminhões e Ônibus e a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) anunciaram na quinta-feira (16/09) uma parceria para o desenvolvimento de baterias de nióbio para veículos elétricos.
Além da interface e dos parâmetros dos produtos, a montadora vai desenvolver e fabricar os veículos elétricos que serão utilizados no projeto.
“Essa aliança com a CBMM será mais um importante elo rumo à mobilidade do futuro. Nosso objetivo é criar uma solução de recarga ultrarrápida, pioneira na América Latina”, declarou o presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, Roberto Cortes.
O vice-presidente da CBMM, Ricardo Lima, detalhou que a tecnologia que será empregada nas baterias é resultado de mais de três anos de pesquisa e desenvolvimento em parceria com a Toshiba, no Japão.
“Pela primeira vez, estamos implementando esta solução, que, devido ao uso do óxido de Nióbio no ânodo da bateria, permitirá uma operação de carregamento ultrarrápido, em menos de 10 minutos, maior durabilidade, vida útil e segurança”, disse o executivo.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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