Laboratório de testes de energia solar da Unicamp ampliará instalações
Pioneiro na avaliação de módulos fotovoltaicos no Brasil, o centro de pesquisas pretende atender um número maior de clientes


O Laboratório de Energia e Sistemas Fotovoltaicos (LESF) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) terá nova acreditação e expandirá seu espaço, a fim de garantir o atendimento da crescente demanda de equipamentos de energia solar no Brasil. Segundo o professor e doutor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), Marcelo Villalva, o brasileiro já percebeu o potencial da energia solar e a expectativa de crescimento da geração não pode ser ignorada.
“A energia solar já é a segunda maior fonte de energia elétrica do Brasil, atrás somente da energia hidrelétrica. A perspectiva é de crescimento cada vez maior. O brasileiro já aprendeu a usar a energia fotovoltaica e esse é um caminho sem volta”, declarou o especialista, em entrevista concedida ao Portal Solar.
Para melhor atender a demanda de testes, Villalva explica que o laboratório passará por mudanças. Atualmente, desde sua inauguração, são testados mensalmente cerca de dez módulos, para mais de 20 fabricantes diferentes. “Nosso laboratório vai começar a passar por um processo de acreditação de acordo com a norma internacional ISO/IEC 17025."
"Isso significa que vamos passar por um processo rigoroso de auditoria, que vai atestar todos os nossos procedimentos e equipamentos, para então nos tornarmos um laboratório acreditado para os testes da portaria 140/2022 do Inmetro. Também estamos expandindo a capacidade do laboratório com a aquisição de novos equipamentos, o que vai permitir atender um número maior de clientes”, detalhou.
Com início das operações em 2015, o LESF recebe apoio por um convênio de pesquisa mantido entre a BYD Energy e a universidade. Villalva conta que além de ser o único local em território nacional que faz testes do tipo em módulos solares, o laboratório é certificado pelo Inmetro.
“Em 2019 nos tornamos um laboratório credenciado ao Inmetro pela portaria de designação No. 521/2019. A partir desse momento passamos a realizar ensaios de módulos fotovoltaicos e inversores para o Inmetro. Em seguida, alguns fabricantes e distribuidores de produtos fotovoltaicos também começaram a solicitar outros tipos de testes, fora do programa do Inmetro. Isso nos motivou a criar um programa de testes independentes de qualidade para módulos e inversores fotovoltaicos”.
O laboratório conta com equipamentos para testes específicos, que asseguram a qualidade do módulo em gerar energia, sua força e desempenho. Os módulos são submetidos a situações extremas, assim é possível verificar se ele cumpre o que propõe e terá uma vida útil de em média 30 anos.
“Todos os testes são realizados em laboratórios, com equipamentos específicos. Temos desde testes básicos como o de flash de luz, que permite obter as características elétricas dos módulos (tensão, corrente, potência), até testes mais sofisticados", disse o especialista.
"O teste de carga mecânica, por exemplo, permite testar a resistência do vidro. O teste câmara climática permite testar a qualidade dos componentes do módulo e verificar a degradação sofrida pelo produto em um ambiente com alta temperatura e elevada umidade”.
Reciclagem de painéis
Por se tratar de um ambiente de testes, é comum que em alguns casos os módulos fotovoltaicos não passem em alguma etapa. Villalva explica que, independente do resultado, o cliente é responsável por retirar o equipamento, mas muitas vezes isso não acontece. Nesses casos, o professor pontua que o laboratório ainda não possui um processo de reciclagem definido, mas que já há planos para as placas solares acumuladas na universidade.
“Quando o cliente não vem buscar, acabamos usando os módulos em estudos e pesquisas. Ainda não iniciamos um processo de reciclagem, mas temos um certo número de módulos acumulados e em breve vamos ter que buscar uma destinação final para eles. Em breve também vamos construir uma usina fotovoltaica no campus da universidade e uma parte dos módulos do nosso estoque vai ser usada nessa usina”.
O professor ainda reforça a importância do mercado brasileiro de energia solar investir em qualidade e produtos duradouros, afinal de contas o investimento feito em um equipamento fotovoltaico deve durar em média 30 anos e ser um forte aliado na economia e meio ambiente:
“Nós contribuímos para a melhoria da qualidade dos produtos colocados no mercado brasileiro, seja através dos testes para o Inmetro ou dos testes de qualidade independentes. Com isso tornamos a energia solar fotovoltaica mais confiável e aumentamos o alcance e a aceitação dessa tecnologia pelo público consumidor."
"É muito importante que empresas que atuam no brasil, sejam fabricantes ou distribuidores de equipamentos, busquem a certificação da qualidade dos seus produtos, para diferenciação em relação à concorrência”, finalizou Villalva.
Siga o Portal Solar nas redes sociais:
Twitter: https://twitter.com/PortalSolar_Br
LinkedIn: https://www.linkedin.com/company/portal-solar/
Instagram: https://www.instagram.com/portal_solar/

Emily Moura
Jornalista formada pela PUC-SP. Possui experiência nas áreas de jornalismo financeiro, econômico, tecnológico e de entretenimento.
Artigos que podem te interessar

Módulos Fotovoltaicos: Um Guia Definitivo Sobre Garantias, Datasheets e Pós-Venda
O avanço da energia solar fotovoltaica no Brasil é inegável, e no centro de cada usina, seja ela uma pequena instalação residencial ou um grande parque solar, está o módulo fotovoltaico.
11/12/20254 min de leitura
Brasília supera São Paulo em vendas de carros elétricos
Capital federal foi líder em emplacamentos de veículos leves eletrificados no Brasil em novembro
04/12/20252 min de leitura

Painéis solares bifaciais para residências: vantagens, limitações e quando realmente compensam
Os painéis solares bifaciais deixaram de ser uma aposta exclusiva de grandes usinas para entrar, pouco a pouco, no radar dos consumidores residenciais.
01/12/20254 min de leitura

Baterias, o novo petróleo: a corrida pelo armazenamento de energia no Brasil
Aprovada a MP 1.304 e com o primeiro leilão de baterias marcado para 2026, o Brasil destrava um mercado bilionário e redefine o futuro de sua matriz energética. Quem não se posicionar agora, ficará para trás.
24/11/20256 min de leitura
Frota de carros elétricos do Brasil deve atingir 3,7 milhões de unidades em 2035
Crescimento do mercado é impulsionado por maior oferta de modelos, queda de preços, políticas públicas e avanço tecnológico, indica Plano Decenal de Expansão de Energia
19/11/20252 min de leitura
Vendas de carros elétricos crescem 33% no Brasil em outubro
Participação de eletrificados foi de 8,6% no total de emplacamentos de veículos leves no país, mostra levantamento da ABVE
10/11/20252 min de leitura
Armazenamento de energia deve movimentar R$ 2,2 bi no Brasil em 2025
Volume é o triplo do registrado no mercado brasileiro no ano passado, mostra levantamento da consultoria CELA
06/11/20255 min de leitura

A Estrutura Vital de um Centro de Operações - COG
A tecnologia encontra a confiabilidade e juntos, sistemas, pessoas e processos constroem a continuidade.
29/10/20255 min de leitura

