Pesquisadores coreanos desenvolvem painel solar transparente que pode ser integrado aos dispositivos móveis

Pesquisadores da Universidade Nacional de Incheon desenvolveram a primeira célula solar totalmente transparente que pode ser integrado dispositivos móveis como carros elétricos, smartphones e sensores. Trata-se de uma técnica inovadora para a camada de heterojunção da célula solar, na qual a combinação de semicondutores de óxido de níquel e dióxido de titânio cria uma célula solar eficiente e totalmente transparente ecologicamente correto e fácil de usar.

A nova solução é uma tentativa de trazer as células solares a outros tipos de aplicações. Segundo os pesquisadores coreanos, hoje, a opacidade das células solares modernas limita seu uso diário. “Esses painéis são usados apenas em telhados, em áreas remotas e fora do alcance do público”, explica o professor da universidade de Incheon, que lidera a pesquisa Joondong Kim. Segundo ele, as propriedades exclusivas das células fotovoltaicas transparentes abrem oportunidades de integrarem diversas aplicações. “Os painéis totalmente transparentes serão usados ​​na construção de janelas e até mesmo em telefones celulares”, prevê Kim.

Os pesquisadores relatam que a eficiência de conversão energética dos painéis em estudo foi de apenas 2,1%, necessitando de mais estudos para falar em comercialização. A nova tecnologia de células transparentes adota o dióxido de titânio (TiO2), um semicondutor eficiente, usado atualmente na tecnologia de células solares, não tóxico e amigo do ambiente, sendo também abundante na Terra. Sua combinação com o óxido de níquel (NiO), que também é um semicondutor com características de alta transparência óptica cria painéis solares transparentes que são ecologicamente corretos e fáceis de usar.

Esses tipos de células transparentes também estão sendo desenvolvidas por pesquisadores da Universidade Estadual do Michigan, EUA. Dedicada especialmente na transparência, a equipe obteve sucesso na sua criação, desenvolvendo um concentrador solar luminescente transparente, que pode ser colocado sobre uma superfície transparente como uma janela, por exemplo, um automóvel ou inclusive em fachadas de arranha-céus cobertos de vidro. Dessa maneira, pode colher energia solar sem afetar a passagem da luz.

As moléculas orgânicas utilizadas na tecnologia, absorvem comprimentos de onda de luz que não são visíveis ao olho humano, como a luz infravermelha e ultravioleta. Os pesquisadores acreditam que estes novos dispositivos poderão ser integrados em janelas, por exemplo, de modo relativamente barato, já que grande parte do custo da energia fotovoltaica convencional não é da própria célula solar, mas dos materiais em que é aplicada, como o alumínio e o vidro. Dessa forma, o revestimento de estruturas existentes com células solares eliminaria parte desse custo de material.

“Se as células transparentes se mostrarem comercialmente viáveis, a energia gerada por elas poderia compensar significativamente o uso de energia de grandes edifícios”, disse um dos pesquisadores Dr. Lunt, que começará a lecionar na Universidade Estadual do Michigan em breve.

As energias renováveis, como a solar, são a aposta para a transição energética e para isso, muitos cientistas estão trabalhando nesta área. Segundo os pesquisadores, nos últimos anos, a energia solar tornou-se mais acessível, ecologicamente correta, e mais eficiente.