Pesquisadores americanos desenvolvem método de dessalinização da água mais sustentável e barato
Segundo os criadores, solução demanda apenas 25% da energia usada em processos tradicionais, podendo ser alimentada por energia solar


Pesquisadores americanos desenvolveram um método que tem o objetivo de melhorar o processo de dessalinização, em busca de alternativas que ajudem a lidar com o desafio mundial de escassez de água. A equipe considera a tecnologia a mais eficaz do que as atuais, graças ao uso de um solvente, além de ser sustentável e muito mais barata. A novidade também usa apenas um quarto da energia necessária para a evaporação da água, portanto, a fonte de alimentação pode ser através de fontes mais sustentáveis, como a energia solar.
“Por conta dessa simplicidade, podemos oferecer opções de gerenciamento desse método que sejam ambientalmente sustentáveis”, afirma o professor da Universidade de Columbia e autor do estudo, Ngai Yin Yip.
Chamado de dessalinização não convencional para salmoura hipersalina e extração por solvente com oscilação de temperatura (TSSE), o método inicia-se com a mistura de um solvente de baixa polaridade (eletricidade) à salmoura (água salgada), de alta salinidade. Em baixa temperatura (5°C), o solvente consegue extrair a água da salmoura, mas não os sais. Depois que toda a água é “sugada”, os sais formam cristais sólidos mais pesados que o líquido, podendo, assim, serem facilmente peneirados.
Após essa etapa, os cientistas aquecem o solvente carregado com água a uma temperatura de cerca de 70°C. Nesse patamar, a solubilidade do solvente em água diminui, e a água é extraída do solvente, como uma esponja. Com o método, foi possível retirar mais de 90% do sal na solução de salmoura preparada em laboratório.
Saiba mais: Fonte de energia renovável
Para refirmar a eficiência da nova tecnologia, os cientistas realizaram um outro segundo teste coletando amostra de água do Vale Central da Califórnia, onde o recurso hídrico é considerado difícil de ser tratado pelo excesso de sal e o resultado também foi promissor.
Pelo método também não é preciso transformar a água do estado líquido para o gasoso durante o processo de dessalinização, uma etapa obrigatória em outros métodos. “Não é preciso evaporar e condensar como na prática atual de processos de retirada de sal da água, consumindo muita energia encarecendo o processo”, diz Ngai Yin Yip
Segundo o cientista, o alcance dos resultados desejados sem ferver a água, com economia e sustentabilidade é um grande avanço. “Nossa técnica pode ser uma tecnologia transformadora para a indústria global da água,” diz Ngai Yin Yip.
No Brasil, esse método traria diversos benefícios, como o custo mais acessível para processos de dessalinização da água. O pesquisador da Embrapa Semiárido, Gherman Garcia Leal de Araújo, explica que, em Pernambuco, a técnica se diferencia pelo uso de apenas um recurso químico para dessalinizar a água.
“No semiárido brasileiro, usamos uma tecnologia que consiste no uso de filtros compostos por membranas. Nele, utilizamos um produto que é importado, e isso torna o processo mais caro. É um problema na região Nordeste, pois queremos que essa tecnologia seja incorporada em todos os poços perfurados, que são mais de 200 mil, ou seja, teríamos que gastar muito para usar um em cada”, explica.
Segundo Araújo, a nova técnica executa uma espécie de osmose reversa, provocada pela reação química proveniente da mistura com a água. “Parece realizar a tarefa de forma eficiente, simples e barata. É o que mais buscamos quando trabalhamos com esse tipo de tecnologia, queremos que ela seja viável”, completa.

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