Armazenamento de energia pode atrair US$ 12,5 bilhões por ano no Brasil
Aplicação de baterias em serviços de rede, sistemas off-grid e instalações particulares pode atingir 7,2 GW de capacidade instalada até 2040, diz estudo da CELA


O mercado de armazenamento de energia pode atingir um crescimento de 12,8% ao ano no Brasil até 2040, com um incremento de até 7,2 GW de capacidade instalada no período, mostra estudo da consultoria CELA (Clean Energy Latin America). De acordo com as projeções, o setor pode movimentar mais de US$ 12,5 bilhões anuais, considerando as regulamentações atuais.
Os valores levam em conta a perspectiva de uso de baterias em serviços de rede, incluindo a infraestrutura de geração, transmissão e distribuição, aplicações off-grid e em instalações particulares em indústrias, comércios, propriedades rurais e residências, conhecidas como behind the meter.
A consultoria destaca que, com os incentivos adequados, regulamentações bem definidas e metas estabelecidas, essa capacidade poderia alcançar até 18,2 GW, sem considerar o potencial do mercado behind the meter.
Na visão da CELA, o uso de baterias representa um dos principais motores para a ampliação das fontes de energia limpa e sustentável, dadas suas múltiplas aplicações e benefícios, podendo ser um dos grandes catalisadores para a consolidação da transição energética no país.
“No entanto, alcançar níveis desejados de crescimento no Brasil exigirá a implementação de metas claras para sistemas de armazenamento, investimentos em pesquisa e desenvolvimento, consolidação de regulamentações e estabelecimento de ajustes fiscais”, comentou a CEO da CELA, Camila Ramos.
“Isso inclui, por exemplo, a definição de tarifas para serviços auxiliares e o empilhamento de receitas, o que pode contribuir significativamente para a redução dos custos de implantação dos sistemas e aumentar a atratividade financeira dos projetos”, acrescentou a executiva.
Na avaliação da CELA, a definição do arcabouço regulatório para um agente armazenador é de extrema importância, dada a ampla gama de aplicações desses sistemas. “Tais regras podem desempenhar um papel fundamental na determinação dos custos e receitas associados aos sistemas de armazenamento, aspectos cruciais para viabilizar sua operação de forma eficaz e atrativa no cenário energético brasileiro”, concluiu.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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