Uso de fontes renováveis na matriz energética deve crescer até 2050
Estudo foi desenvolvido pela petroleira britânica BP e mostra que energia limpa quase quadruplicará no período


Uma análise desenvolvida pela petroleira britânica BP indicou que fontes renováveis de energia, como a solar e a eólica, serão aas futuras protagonistas na geração de energia no Brasil, que se tornará um dos países com um mix de energia de mais baixo carbono do mundo. Segundo o relatório divulgado o consumo de energia a partir de fontes renováveis quase quadruplicará até 2050, para chegar a 46% da matriz energética no Brasil.
De acordo com dados inéditos do Energy Outlook 2020, o petróleo deverá reduzir sua participação na matriz energética brasileira dos 39%, em 2018, para 28%, 14% ou até mesmo 7%, em 2050, dependendo das políticas a serem adotadas em relação à questão ambiental e à economia de baixo carbono.
O estudo mostrou ainda três cenários, relacionados a políticas governamentais, ambientais e comportamentos da sociedade, demonstrando que a demanda por energia do Brasil deve aumentar cerda de dois terços.
No cenário Rapid, que considera a adoção de medidas políticas, lideradas por um aumento significativo nos preços do carbono, que resultam em emissões de carbono provenientes do uso de energia caindo cerca de 70% até 2050 em relação aos níveis de 2018, o consumo de energia a partir de fontes renováveis quase quadruplicará até 2050, atingindo 46% da matriz energética brasileira. A produção de petróleo no cenário Rapid, por sua vez, atinge seu pico no final dos anos 2020.
Já em outro cenário (BAU), que pressupõe que as políticas governamentais, tecnologias e preferências sociais continuam a evoluir de maneira e velocidade vistas no passado recente, o crescimento da produção de petróleo continua na década de 2030, atingindo o pico de 5 milhões de barris por dia no fim dos anos 2030.
O estudo destaca ainda a economia brasileira expande a 1,7% ao ano, entre 2018 a 2050, abaixo dos 2,4% no período de 1990 a 2018 e significativamente inferior à taxa de crescimento do Produto Interno Bruto mundial estimada (2,6% a.a.). O consumo de energia primária no Brasil deverá crescer entre 60% a 66% até 2050, com o consumo de energia per capita aumentando em cerca de 50%, de acordo com a BP.
A maior parte do crescimento da demanda primária de energia virá da indústria, que crescerá 83% no BAU, 101% no Rapid e 111% no cenário Net Zero, que considera mudanças significativas no comportamento e nas preferências da sociedade e do consumidor, tais como maior adoção de economias circulares e compartilhadas e a mudança para fontes de energia de baixo carbono.
O setor de transporte será a segunda fonte de crescimento da demanda por energia. Nos três cenários, a participação das energias renováveis no mix de energia primária expande rapidamente de 15%, em 2018, para 32%, 46% e 54% no BAU, Rapid e Net Zero, respectivamente.
Ainda de acordo com a análise, o Brasil continua sendo um dos maiores produtores do mundo de energia elétrica a partir de usinas hidrelétricas. Em 2018, a energia hidrelétrica representou 28% da matriz energética. Em 2050, chegará a 21% no cenário BAU; 24%, no Rapid; e 26% no Net Zero.
Por sua vez, o petróleo vai perder participação em todos os três cenários, passando de 39%, em 2018, para 28%, 14% e 7% no BAU, Rapid e Net Zero, respectivamente. Já a previsão nos cenários da BP é de que a energia nuclear será a segunda fonte com maior crescimento, aumentando em 3,4% a.a., 4% a.a. e 4,8% a.a. em BAU, Rapid e Net Zero, respectivamente.

Portal Solar
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