IEA: mundo precisará adicionar 1 TW/ano de solar e eólica para atingir metas de descarbonização

Relatório indica que compromissos já firmados por governos são insuficientes para alcançar objetivo de neutralizar emissões até 2050

ENERGIA SOLAR E EÓLICA
Foto: Reprodução/Shutterstock

O mundo precisará adicionar 630 gigawatts (GW) de nova capacidade solar fotovoltaica e 390 GW de eólica por ano até 2030 para atingir as metas de neutralidade de emissões de carbono, apontou estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Publicado na última terça-feira (18/5), o relatório Net Zero by 2050: a Roadmap for the Global Energy Sector também traz um cenário para os próximos 30 anos.

Para efeito de comparação, no ano passado foram adicionados 135 GW em capacidade solar, conforme dados da própria IEA. O estudo aponta que cerca de 240 milhões de residências precisarão de sistemas de geração fotovoltaica até 2050 e as renováveis precisarão corresponder a 88% da matriz global.  

O documento examina as mudanças necessárias na matriz energética e os investimentos para atingir a meta nas próximas três décadas. A avalição da agência é de que os compromissos de combate a mudanças climáticas feitos por governos até o momento são insuficientes para tal feito. O estudo defende que as fontes renováveis são fundamentais para reduzir as emissões, mas que a capacidade instalada precisa crescer significativamente.

“O caminho para assegurar a neutralidade de emissões até 2050 é estreito, mas ainda é possível. A escala e velocidade dos esforços necessários faz com que talvez esse seja o maior desafio já enfrentado pela humanidade”, destaca o diretor-executivo da AIE, Fatih Birol.

A agência defende também um esforço mundial por investimentos em eficiência energética, objetivando uma redução de 4% ao ano até 2030, desempenho cerca de três vezes maior do que a média das últimas duas décadas.

Outros pontos destacados pelo relatório para atingir a descarbonização até 2050 são a necessidade de que nenhum investimento seja feito em novos projetos de fornecimento em combustíveis fósseis desde já, que não sejam vendidos novos veículos de passeio com motor a combustão a partir de 2035, e que, até 2040, o setor elétrico já tenha zerado as emissões.

O estudo ainda prevê que a maior parte da redução de emissões de CO2 conquistadas entre hoje e 2030 virão de tecnologias já disponíveis. Porém, em 2050 quase metade das reduções virá de soluções que atualmente ainda estão em fase de demonstração ou desenvolvimento. 

Para agência, o estudo sugere que os governos deveriam rapidamente reavaliar as prioridades em pesquisa e aumentar os investimentos na instalação de tecnologias de geração limpa. O progresso em segmentos como baterias, eletrolisadores e captura direta do ar podem trazer impactos importantes.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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