Expansão das renováveis e segurança energética desafiarão o Brasil no pós-pandemia
Segundo a secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, País demandará investimento superior a R$ 2,7 trilhões nos próximos dez anos


A continuidade da expansão das fontes renováveis dentro da matriz elétrica e a necessidade de garantir a segurança energética num contexto de retomada econômica desafiarão o Brasil nos próximos anos, avaliaram representantes do setor público e privado durante fórum online promovido pela Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (ABDIB) nesta quarta-feira (12/5). O painel “Energia para o Aumento da Competitividade” abordou a importância da agenda ambiental no atual cenário econômico global e as perspectivas para o Brasil em um momento de transição energética.
“É um cenário que trará maior demanda de energia, e garantir a segurança desse fornecimento é um ponto que estamos perseguindo nos nossos trabalhos na comissão”, disse o deputado Federal e presidente da Comissão de Minas e Energia (MME) da Câmara dos Deputados, Edio Lopes (PL-RO).
Segundo a secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, para oferecer energia com segurança, confiabilidade e com preços competitivos, o País precisará investir aproximadamente R$ 2,7 trilhões nos próximos dez anos, considerando uma taxa de crescimento do PIB de 2,9% ao ano.
A secretária disse que o planejamento de longo prazo é fundamental para sinalizar os rumos do Brasil na área energética e atrair investimentos, citando documentos como o Plano Nacional de Energia (PNE 2050) e o Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE 2030).
“São instrumentos que nos permitem olhar para futuro e ver o que o mundo está sendo feito em termos de inovação. Sempre buscamos oferecer para os investidores um ambiente seguro para trazer recursos ao nosso setor. Estamos atentos às mudanças que ocorrerão e as necessidades ambientais”, assinalou a representante da pasta.
Para o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini, o País tem grande possibilidade de limpar cada vez mais sua matriz energética, mas ressaltou que a transição deve ser feita de forma gradual. “A segurança energética é fundamental. Um ponto importante são os investimentos em transmissão para possibilitar o crescimento das renováveis. Atualmente estamos vendo problemas para escoar a geração das eólicas do Nordeste para outras regiões”, disse.
A diretora-presidente adjunta da Neoenergia, Solange Ribeiro, apontou que uma retomada verde no contexto de pós-pandemia poderá ser um ponto de virada para a economia brasileira.
“Temos o que o mundo todo quer: fontes limpas e soluções renováveis. Isso pode melhorar muito a condição de atração de investimentos para o Brasil”, destacou a executiva. “Essa recuperação vai se dar com parcerias entre governos, empresas e sociedade civil, e incluirá elementos como a transição energética. Investimentos robustos nesse setor ajudarão na criação de empregos”, acrescentou.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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