A conta do descuido

Na geração distribuída (GD), há uma conta que quase ninguém gosta de colocar na planilha: a do descuido. O custo para proteger o capital investido por meio de uma gestão adequada de ativos é relativamente baixo — mas o custo de ignorar essa proteção pode significar a falência completa do projeto.

Investidores e utilities precisam reconhecer: gestão de ativos não é despesa, é seguro de sobrevivência.

A expansão acelerada da GD no Brasil trouxe conquistas notáveis, mas também expôs o flanco perigoso da vulnerabilidade descentralizada. Com pontos dispersos geograficamente e estruturas sob pressão de custo e prazo, muitos projetos foram entregues sem o rigor técnico que sustentaria sua performance ao longo dos anos, e em consequência. A pressa de ontem cobra juros altos hoje.

Grande parte das usinas de GD opera em modo reativo. A manutenção corretiva virou rotina, o controle de performance é limitado e o monitoramento de risco, quase inexistente. Essa combinação é explosiva: ativos degradam mais rápido, perdas de geração se acumulam e o fluxo de caixa, já ajustado, não suporta o impacto.

A resposta para a Brasol Renewable Asset Management (BRAM) foi transformar essa lógica. A empresa estruturou uma operação coordenada por um Centro de Operações Integrado (COI), que correlaciona gestão de risco, dados técnicos e financeiros para extrair o máximo de performance de cada ativo – traduzindo eficiência técnica em retorno financeiro real.

Essa unidade de negócio nasceu de uma provocação simples – como manter a performance de um portfólio crescente sem multiplicar ineficiências?

A resposta veio com tecnologia, padrão e inteligência de gestão. Hoje, com clusters de O&M em 11 estados, equipes qualificadas em campo, processos padronizados e escritórios estratégicos para gestão de equipamentos e materiais, a BRAM opera ativos distribuídos com eficiência centralizada — alto padrão com redução em mais de 30% no custo operacional.

Enquanto muitos ainda tratam o O&M como custo inevitável, a BRAM o transformou em ativo estratégico, conectando cada decisão operacional ao resultado financeiro do cliente, consolidando uma nova cultura de performance.

O mercado solar amadurece o suficiente para entender que o descuido custa caro – mas poucos ainda medem quanto. A verdadeira diferença entre rentabilidade e ruína está na capacidade de antecipar o problema antes que ele apareça na planilha.

No fim das contas a prevenção é o investimento que mantém o projeto vivo. Afinal a escolha sempre será a mesma: pagar o preço da proteção ou a conta do descuido.