Leilões garantem R$ 4 bilhões em investimentos em energia renovável
Participaram como compradoras as distribuidoras de energia elétrica Equatorial Energia Pará (Celpa), Equatorial Energia Maranhão (Cemar) e a Light (Rio de Janeiro)


Os leilões de energia elétrica realizados nesta quinta-feira (8/07) contrataram quase 1 GW em nova capacidade instalada de geração, cuja construção dos empreendimentos exigirá mais de R$ 4 bilhões em investimentos até 2025. Nos dois certames (A-3 e A-4), foram contratadas 51 usinas, sendo 33 eólicas, sete solares fotovoltaicas, seis hidrelétricas e cinco termelétricas a biomassa de cana de açúcar.
O estados do Rio Grande do Norte e da Bahia receberam os projetos eólicos, com 20 e 13 empreendimentos, respectivamente. As hidrelétricas estão planejadas para serem erguidas em rios dos estados do Rio Grande do Sul (5) e Mato Grosso (1), enquanto a fonte fotovoltaica dividiu-se entre Pernambuco (3) e Paraíba. Os projetos de biomassa atenderão os mercados do Sul e do Sudeste.
Participaram como compradoras as distribuidoras de energia elétrica Equatorial Energia Pará (Celpa), Equatorial Energia Maranhão (Cemar) e a Light (Rio de Janeiro).
Esses foram os primeiros leilões do tipo organizados pelo Governo Federal desde que teve o início da pandemia de covid-19, destacou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Leia mais: Especialistas apostam em alta competição para os leilões de energia
Os certames terminaram com deságios médios de 30,8% e 28,8%, o que representa uma economia de R$ 2,5 bilhões aos consumidores do mercado regulado. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estima que os leilões de energia nova A-3 e A-4 evitaram um reajuste tarifário de 1,31 ponto percentual para os brasileiros.
“Contratamos todas as fontes ofertadas, colaborando para a diversificação da matriz elétrica nacional, com deságios expressivos e economia da ordem de R$ 2,5 bilhões para os consumidores, considerando a redução do preço da energia negociada em relação ao teto. Esse resultado reduzirá em 1,31 ponto percentual o custo a ser considerado nas tarifas de energia”, disse André Patrus, gerente executivo da Secretaria Executiva de Leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em coletiva após a realização dos pregões.
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Os preços médios foram superiores aos R$ 151,15/MWh obtidos no último leilão de energia nova A-4, ocorrido em julho de 2019.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral, explica que os valores verificados neste ano decorrem de dinâmicas pontuais e não sendo possível afirmar que existe uma tendência de alta no custo das fontes renováveis.
“O preço reflete a variação cambial e aspectos da cadeia global de suprimentos. Ainda há o elemento da eólica e solar terem uma expansão forte no mercado livre. A combinação desses efeitos pode explicar a variação dos últimos leilões para cá”, disse Barral.
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O presidente do conselho de administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, atribuiu a modéstia contratação nos leilões como reflexo do cenário de sobrecontratação das concessionárias de distribuição de energia. “Enquanto não tiver necessidade, vai ser assim. As distribuidoras sabem fazer a previsão para atender o mercado. É uma questão de momento”, disse.
Apesar da baixa contratação, Altirei avaliou o resultado como positivo para o País. “Tivemos um resultado muito bom, atendendo à demanda das empresas de distribuição, reforçando o interesse em fontes renováveis e gerando economia para o consumidor. Viabilizamos também investimentos em novas usinas e na expansão de empreendimentos em diversas regiões do país”, disse o chefe da CCEE.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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