Leilão viabiliza R$ 15 bilhões em investimentos em transmissão de energia

Realizado pela Aneel nesta sexta-feira (30/06), o certame teve arremate de nove lotes para a construção e operação de mais de 6 mil quilômetros de infraestrutura

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O leilão de transmissão realizado nesta sexta-feira (30/07) pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) viabilizou R$ 15,7 bilhões em investimentos de nove lotes para a construção, operação e manutenção de 6.184 quilômetros de linhas de transmissão e subestações, com capacidade de transformação de 400 megavolts-ampère (MVA).

O investimento será realizado nos 33 empreendimentos a serem construídos em sete estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. A expectativa é de criação de 60 mil empregos diretos e indiretos. O prazo para operação comercial dos empreendimentos varia de 36 a 66 meses, para concessões por 30 anos, contados a partir da celebração dos contratos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que o leilão irá garantir a transmissão de energia limpa e renovável para o país. “Cada real investido no sistema de transmissão irá destravar de 3 a 5 reais em novos investimentos em geração de energia elétrica. Estamos falando de R$ 200 bilhões em investimentos. É geração de energia limpa e renovável sendo transmitida do nosso Nordeste e do Norte de Minas Gerais para todo o Brasil.”

Leia mais: MME prevê R$ 50 milhões em investimentos em transmissão de energia no Nordeste

Veja os nove lotes arrematados

Lote 1: vencido pelo Consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transportes de Cargas Nacionais e Internacionais (92,52%) e Entec Empreendimentos Eireli (7,48%). O consórcio apresentou oferta de R$ 174,1 milhões, representando um deságio de 66,18% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) prevista pela Aneel no valor de R$ 514,6 milhões. O investimento estimado do lote é de R$ 3,16 bilhões.

O Lote 1 é composto por linhas de transmissão com de extensão de 1.116 quilômetros (km) localizadas nos estados da Bahia e de Minas Gerais, assim como pela construção das subestações 500 kV Campo Formoso II, Barra II (com compensação síncrona) e Correntina.

Lote 2: arrematado pela Rialma Administração e Participações. O valor ofertado pela empresa foi de R$ 347,8 milhões representando um deságio médio de 51,00% em relação à Receita Anual Permitida (RAP) inicial estabelecida pela Agência de R$ 709,8 milhões.

A RAP é a receita a que o empreendedor terá direito pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações. O investimento estimado do lote é o maior deste leilão: R$ 4,35 bilhões.

O Lote 2 demanda a construção de linhas de transmissão com extensão de 1.614 quilômetros (km) nos estados da Bahia e de Minas Gerais.

Lote 3: vencido pela Cymi Construções e Participações. A empresa apresentou oferta de R$ 70,9 milhões, representando um deságio de 52,13% em relação à Receita Anual Permitida prevista pela Aneel no valor de R$ 148,1 milhões.

O lote 3, com investimento estimado de R$ 921,4 milhões, contém 349 km de linhas de transmissão em Minas Gerais.

Lote 4: vencido pela Furnas Centrais Elétricas S.A. Para tal, a empresa ofereceu uma receita anual permitida de R$ 68,7 milhões, o que resultou em deságio de 45,75% em relação ao preço inicial de R$ 126,6 milhões.

O lote 4, com investimento estimado de R$ 786,6 milhões, é composto pela Linha de Transmissão 500 kV Janaúba 6 - Presidente Juscelino, com 303 km, em Minas Gerais.

Lote 5: vencido pelo Consórcio Engie Brasil, formado pela Engie Transmissão de Energia Participações II S.A. (99,99%) e Engie Brasil Energia S.A. (0,01%). Ele apresentou oferta de R$ 249,3 milhões, o que ocasionou deságio de 42,80% em relação à Receita Anual Permitida prevista pela Aneel no valor de R$ 435,9 milhões.

O investimento estimado é de R$ 2,67 bilhões. O lote 5 é composto de 1.006 quilômetros (km) em linhas de transmissão nos estados da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo.

Lote 6: vencido pela Celeo Redes Brasil S.A. A empresa ofereceu uma Receita Anual Permitida de R$ 99,9 milhões, o que resultou em deságio de 48,23% em relação ao preço inicial ofertado, de R$ 192,9 milhões. O investimento estimado é de R$ 1,2 bilhão.

O lote 6 é composto pela linha de transmissão 500 kV Xingó - Camaçari II, com 714 quilômetros (km) nos estados da Bahia e de Sergipe.

Lote 7: arrematado pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP). O valor ofertado para o lote foi de R$ 218,9 milhões, representando um deságio de 41,81% em relação à Receita Anual Permitida inicial estabelecida pela Aneel de R$ 376,1 milhões. O investimento estimado é de R$ 2,3 bilhões.

O lote 7 é composto pela construção de 1.044 quilômetros em linhas de transmissão nos estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, além do novo pátio de 500 kV na subestação Leopoldina 2.

Lote 8: vencido pelo Consórcio Gênesis, formado pelas empresas The Best Car Transportes de Cargas Nacionais e Internacionais (92,52%) e Entec Empreendimentos Eireli (7,48%). Após lances a viva-voz, o consórcio apresentou oferta final de R$ 19,5 milhões, com deságio de 55,35% em relação à Receita Anual Permitida prevista pela Aneel no valor de R$ 43,8 milhões.

O lote 8, com investimento estimado de R$ 259,5 milhões, é composto pela Linha de Transmissão 230 kV Recife II - Bongi C1 e C2, em Pernambuco, com total de 38 quilômetros incluindo trechos aéreos e subterrâneos.

Lote 9: a concessão para construção da subestação que compõe o lote 9 foi arrematada pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (CTEEP) pelo valor de R$ 7,5 milhões, representando um deságio de 50,36% em relação à Receita Anual Permitida inicial estabelecida pela Aneel de R$ 15 milhões.

O lote 9, com investimento estimado de R$ 94,2 milhões, prevê a construção da Subestação 500/138 kV Água Vermelha, em Minas Gerais, incluindo a instalação do sistema de automatismo para o controle do fluxo de reativos, com total de 400 mega-volt-ampères (MVA) em capacidade de transformação.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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