Baixa contratação de projetos fotovoltaicos no leilão A-4 gera críticas do setor solar
Mesmo com maior número de empreendimentos cadastrados e o menor preço-médio do certame, fonte foi preterida em relação a usinas mais caras


Mesmo com os menores preços-médios negociados no Leilão de Energia Nova A-4, realizado na sexta-feira (27/05), a contratação da fonte solar ficou muito aquém das expectativas do setor e da própria necessidade do País, avalia a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Leia mais: Leilão A-4 viabiliza R$ 7 bilhões em investimentos em projetos de geração
Foram arrematadas apenas cinco novas usinas da fonte, totalizando 166 MW de potência e R$ 687,3 milhões em novos investimentos. A fonte registrou deságio de 20,78% em relação ao preço inicial de R$ 225,00/MWh, atingindo um preço médio de venda de energia elétrica de R$ 178,24/MWh no leilão.
Pela análise da entidade, essa contratação foi muito baixa, quando comparada com a grande quantidade de projetos solares participantes do leilão. “O Governo Federal comprou mais eletricidade de fontes mais caras, uma decisão onerosa e que será paga pelos consumidores brasileiros. Estamos decepcionados com este resultado”, declarou o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia.
De acordo com a avaliação da entidade, se tivesse contratado o mesmo montante de biomassa ao preço das usinas solares, a economia seria de R$ 1,47 bilhão. Na mesma base de comparação, a economia seria de R$ 1,52 bilhão em relação às pequenas centrais hidrelétrica (PCHs).
Exclusão do leilão A-6
A Absolar também expressou descontentamento com o Ministério de Minas e Energia (MME) diante da exclusão da fonte solar do leilão A-6 de 2022, marcado para 16 de setembro. Para o vice-presidente do conselho de administração da entidade, Márcio Trannin, é preciso garantir isonomia entre as fontes de energia no certame.
“Não há justificativa técnica e nem econômica para deixar a solar de fora do A-6. Energia elétrica competitiva e limpa é fundamental para o País recuperar a sua economia e conseguir crescer”, afirmou Trannin.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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