Solar dominará acréscimo de capacidade no Brasil nos próximos dez anos

Demanda do mercado livre de energia será principal impulsionador da expansão da oferta de eletricidade até 2034, diz relatório da Wood Mackenzie

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O Brasil deverá adicionar 115 GW de capacidade instalada de geração de energia elétrica até 2034, mostra relatório da consultoria Wood Mackenzie. A análise indica que a demanda do mercado livre de energia será o principal impulsionador da expansão, que será liderado pelas fontes solar e eólica.

Projetos de geração solar distribuída (GD) e centralizada deverão somar 61 GW em capacidade instalada nos próximos dez anos, enquanto usinas eólicas devem totalizar 24 GW no mesmo período. Dessa forma, a fonte solar responderá por mais de 53% do acréscimo na geração.

Leia mais: Brasil poderá acrescentar mais de 100 GW de energia solar até 2028

É estimado que a demanda do mercado livre cresça mais de 100% na próxima década. A consultoria aponta que o avanço da abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL) está criando competição entre geração centralizada e distribuída, mas a perspectiva de eligibilidade de consumidores residenciais no mercado livre deverá reduzir o ritmo de crescimento da GD a partir do final da década.

A analista sênior da Wood Mackenzie, Marina Azevedo, avalia que, enquanto o mercado não for totalmente aberto para consumidores residenciais, a GD seguirá um modelo de negócios cada vez mais lucrativo, sustentado pelo aumento das tarifas de energia elétrica.

“No longo prazo, a geração solar centralizada ganhará espaço de crescimento, com maior adoção de sistemas de armazenamento com baterias e o surgimento de novas demandas, como o hidrogênio verde”, disse a especialista.

O estudo afirma que a fonte hídrica seguirá como a base do sistema elétrico brasileiro, enquanto a eólica e a solar responderão por 71% do acréscimo de capacidade até 2050. Notavelmente, a GD solar se destaca com um crescimento composto anual de 10% ao longo da próxima década.

Crescimento da demanda

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram, na quinta-feira (22/08), o Caderno de Demanda de Eletricidade do Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034. A publicação antecipa resultados de diversos aspectos relacionados à demanda elétrica que serão apresentados no documento final do PDE 2034.

A publicação mostra que, no cenário referência, o consumo de eletricidade deve totalizar 774 TWh em 2034, significando uma expansão média de 3,5% ao ano no horizonte decenal. Nesse montante, 34% devido ao consumo da classe industrial. O consumo residencial deve crescer 3% ao ano no horizonte decenal, alcançando 226 TWh em 2034, quando espera-se ter 91 milhões de consumidores consumindo em média 202 kWh/mês.

Também no cenário de referência, o consumo de eletricidade nas atividades de comércio e de serviços no país deve crescer em média 4,4% ao ano, chegando a 157 TWh em 2034. E para o consumo agregado das outras classes (rural, poder público, serviços públicos e consumo próprio), o crescimento médio esperado é de 4,3% ao ano.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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