Segurança contra roubos se torna preocupação do setor de energia solar
Crescimento do mercado fez com que painéis solares ficassem mais visados por criminosos; empresas buscam soluções para evitar prejuízos



Com o avanço do mercado de energia solar no Brasil, cresce também o número de ocorrências de roubos e furtos de painéis fotovoltaicos. A preocupação com esse tipo de crime tem feito com que empresas busquem soluções para elevar a segurança no transporte de carga e nas instalações.
A competitividade econômica e metas ambientais têm impulsionado a energia solar no país, que se tornou a segunda maior fonte da matriz elétrica brasileira em 2023. Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), atualmente o Brasil conta com 34 GW de capacidade instalada de energia solar, incluindo grandes usinas e sistemas residenciais e comerciais de menor porte.
Para efeito de comparação, em 2017 o país contava com apenas 1 GW de potência operacional da tecnologia. Porém, o aumento do volume comercializado fez com que os equipamentos fotovoltaicos ficassem mais visados por criminosos.
O cenário motivou a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) lançar no ano passado um portal para denunciar roubo de cargas. Na ocasião, a entidade destacou que os distribuidores de equipamentos vinham relatando um número crescentes de casos. O objetivo é coibir a comercialização dessa carga, por meio do registro do número de série, permitindo que as placas solares roubadas sejam identificadas.
Além do prejuízo imediato, com a perda de equipamentos e atrasos na entrega de usinas, a maior frequência desse tipo de crime ainda implica no aumento de custos com o seguro e frete. A página da Absolar pode ser acessada no link: https://www.absolar.org.br/planilha-de-cargas-roubadas/
Sistemas de segurança
Em entrevista ao Portal Solar, o CEO da Dicomp, Filipe Favoto, contou que a empresa percebeu uma maior preocupação de clientes com furtos de cabos e painéis solares em usinas. “Começaram a surgir inúmeras reclamações de pessoas falando sobre invasão e roubo em usinas. Além disso, notamos uma série de manchetes jornalísticas sobre o assunto.”
Além de equipamentos de energia solar, a distribuidora também atua no segmento de segurança eletrônica e uniu as duas áreas para oferecer uma solução completa para projetos de geração fotovoltaica. “Atualmente, a cada dez usinas que nós comercializamos, duas já incluem o sistema de segurança”, revelou o executivo.
Entre os produtos oferecidos, estão câmeras, sensores e sistemas de áudio. Favoto destacou que, além de furtos em usinas já em operação, também existem riscos no período de desenvolvimento do projeto.
A Morlan, metalúrgica que tradicionalmente fornece cercas para os setores da construção civil, indústria e agropecuária, encontrou na energia solar um novo mercado. O gerente de marketing da empresa, Christian Speyer, comentou que antes de investir em um material de proteção, é necessário avaliar pontos como região e clima, para garantir uma maior durabilidade do equipamento.
“No caso das cercas, é aconselhável utilizar telas de segurança eletrosoldadas ou gradis, e sobre essas cercas, instalar concertinas para reforçar ainda mais a proteção. Em ambientes com alta salinidade, como por exemplo as regiões costeiras, telas revestidas com PVC de alta aderência são recomendadas devido à sua resistência à corrosão”, detalhou.
Para Speyer, muitas pessoas não investem em equipamentos de proteção para reduzir custos. “Às vezes é uma economia que não compensa, levando em consideração os riscos, prejuízo e o percentual que será investido. Acredito que a precaução é sempre o melhor caminho. Não esperar acontecer para ir atrás de uma proteção.”

Emily Moura
Jornalista formada pela PUC-SP. Possui experiência nas áreas de jornalismo financeiro, econômico, tecnológico e de entretenimento.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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