Normas de segurança são necessárias para crescimento do setor solar
Aumento do número de instalações fotovoltaicas no país traz necessidade de critérios específicos para garantir o desempenho adequado e evitar acidentes


O amadurecimento de normas de segurança é essencial para a continuidade do crescimento do mercado de energia solar fotovoltaica no Brasil, afirmou o gerente de produto da SolarEdge, Mauricio Ritter. Em entrevista ao Portal Solar, o especialista destacou que, a maior penetração da tecnologia no país traz a necessidade do desenvolvimento de diretrizes especificas para evitar acidentes e garantir o desempenho adequado dos sistemas fotovoltaicos.
“Não é possível fazer o mercado crescer sem que os critérios de segurança avancem juntos. O sistema fotovoltaico não é inseguro, mas possui características únicas. Diferente de outras fontes de energia, não é possível desligar o Sol, mesmo que alguma chave seja desconectada, ainda irá existir tensão ente o equipamento e o telhado”, exemplificou Ritter.
Ele ressaltou que, como qualquer instalação elétrica, a tecnologia fotovoltaica possui uma série de cuidados que devem ser respeitados. “A segurança é vital para o mercado poder crescer de forma contínua. É necessário um equilíbrio entre mais geração e confiabilidade. Não é só uma questão normativa, mas sim de conforto e bem-estar do patrimônio.”
Leia mais: ABNT cria comissão de estudo para normatizar mercado de energia solar
Com quase 34 GW em capacidade instalada, a fonte solar fotovoltaica é atualmente ocupa a segunda colocação em termos de representatividade na matriz elétrica, ficando atrás apenas da hídrica. O maior número de conexões implica em uma maior chance de erros e acidentes, trazendo a necessidade de maior atenção a regras de segurança para esse setor.
Para evitar o crescimento no número de ocorrências de acidentes elétricos, Ritter reiterou a importância de normas de segurança especificas para o setor solar. Segundo o especialista, até 2022, o Brasil não contava com nenhum critério específico para esse tipo de instalação.
“Existem algumas normas internacionais e alguns países já adaptaram para suas regiões. No Brasil, até o ano passado, basicamente não tinha nenhuma normativa que tratava de segurança para energia solar. Já temos agora duas normas de corpo de bombeiro, uma no Estado de Minas Gerais e outra no Mato Grosso, que tratam da questão de segurança como prevenção de arco e desligamento”, apontou o gerente da SolarEdge.
O executivo contou que a empresa está fazendo parte de discussões junto ao comitê da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para auxiliar no desenvolvimento de uma revisão de segurança: “Temos muita experiência internacional em auxiliar e entender quais são os desafios e ajudar as normativas a se desenvolverem”.
Além disso, segundo o especialista, o Inmetro está se movimentando para aumentar a segurança de equipamentos fotovoltaicos importados, exigindo comprovação de padrões de qualidade.

Emily Moura
Jornalista formada pela PUC-SP. Possui experiência nas áreas de jornalismo financeiro, econômico, tecnológico e de entretenimento.
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