Mercado livre de energia ganha 13,8 mil consumidores no 1º semestre
Migrações ao ambiente cresceram 26% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra levantamento da CCEE


Mais de 13,8 mil consumidores migraram para o mercado livre de energia no primeiro semestre de 2025, crescimento de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, mostra levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Também denominado Ambiente de Contratação Livre (ACL), o mercado livre de energia permite que geradores e consumidores negociem diretamente a compra de eletricidade, sem a mediação de distribuidoras, permitindo liberdade na escolha do fornecedor.
Conforme o estudo, São Paulo segue na liderança entre os estados, com 4.129 novas migrações, destacando-se como o maior volume do país no semestre. O estado do Paraná foi o que se destacou na comparação ao mesmo período do ano anterior, com um aumento de 135% no número de novos entrantes.

Ainda de acordo com o levantamento, o setor de serviços lidera as adesões em 2025, com mais de 4.400 novas unidades no primeiro semestre, crescimento de 64% frente ao mesmo período de 2024. Destaque também para os ramos de comércio, alimentícios, saneamento e metalurgia, todos com volumes expressivos.

“O ritmo de migrações ao mercado livre reflete a confiança dos consumidores nas oportunidades desse ambiente e na solidez das estruturas que o sustentam. Temos observado adesões em todas as regiões, o que demonstra que a abertura do mercado já é uma realidade nacional”, disse o presidente do conselho de administração da CCEE, Alexandre Ramos.
Maior abertura
Dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) indicam que o mercado livre de energia somava mais de 77 mil unidades consumidoras ao final de junho, avanço de 57,7% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Desde 2023, o ritmo de migrações do ACL acelerou, após publicação de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) ter permitido a adesão de todos os consumidores de energia em média e alta tensão a partir de 2024.
São os consumidores com demanda inferior a 500 kW, denominados varejistas, que puxam o atual crescimento. Entre as 77.156 unidades consumidoras livres, 30.849 são varejistas, dos quais 26.680 migraram após janeiro de 2024.
Em maio, foi enviada ao Congresso a Medida Provisória 1.300, que prevê universalizar o acesso a todos as 93 milhões de unidades consumidoras de energia, incluindo residências, após dezembro de 2027.
Leia mais: Medida Provisória prevê abertura total do mercado livre de energia em 2027
“O primeiro grande salto foi dar a liberdade de escolha para as mais de 200 mil unidades consumidoras de média e alta tensão que, embora sejam menos de 1% da quantidade total, são responsáveis por aproximadamente metade do consumo nacional”, explicou o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira.
“Agora, a MP 1.300 pretende consolidar esse movimento, dando igualdade de direitos a todos os consumidores de energia”, concluiu, citando medidas importantes abarcadas pela proposta enviada ao Congresso Nacional em maio deste ano, como a abertura total do mercado, a migração sem subsídios e a criação do Supridor de Última Instância e do encargo de sobrecontratação.”

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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