Brasil sobe seis posições em ranking de liberdade de consumo de energia
Avanço é resultado de abertura do mercado livre para consumidores em média e alta tensão com demanda menor que 500 kW; confira a lista de países


O Brasil subiu seis posições no ranking global de liberdade do consumidor de energia, elaborado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O país passou de 47º para 41º em relação ao levantamento de 2023. Conforme a entidade, o avanço é consequência à nova fase de expansão do mercado livre de energia, que permite a inclusão de consumidores de energia em média e alta tensão com demanda menor que 500 kW.
O Ranking Internacional de Liberdade de Energia Elétrica da Abraceel analisa 56 países que instituíram algum nível de abertura no mercado de energia elétrica, através de dados apurados anualmente pela Agência Internacional de Energia (IEA).
O líder global é o Japão. O ranking não teve nenhuma alteração em relação aos 35 primeiros colocados, referentes a países onde todos os consumidores são livres para escolher seu fornecedor de energia elétrica.
Com as novas regras, o Brasil ultrapassou a Argentina, Uruguai, Peru, Panamá, Guatemala e Colômbia. O país se tornou o segundo mercado de energia mais liberalizado da América Latina, ficando atrás apenas de El Salvador, que ocupa a 33ª posição geral.
A Abraceel defende a universalização do acesso ao mercado livre de energia elétrica em 2026, de forma que todos os consumidores tenham o direito de escolher o fornecedor e negociar livremente preços e prazos. Conforme a entidade, caso o Brasil já tivesse um mercado livre de energia elétrica acessível por todos, o que poderia ter sido instituído desde 2003, o país ocuparia a 4ª posição.
Evolução
Até 2019, somente consumidores com demanda superior a 3.000 kW tinham direito de escolher o fornecedor. Portarias assinadas pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em 2018 e 2019 reduziram essa régua regulatória anualmente até 2023, quando a demanda mínima foi estabelecida em 500 kW.
Em 2022, o MME publicou a Portaria 50, que estendeu a todo o Grupo A, que reúne consumidores de energia elétrica em média e alta tensão, o direito de escolher o fornecedor, beneficiando um conjunto de 202 mil unidades consumidoras.
Dessa forma, consumidores de média e alta tensão, o equivalente a uma conta de luz maior que R$ 10 mil por mês, ganharam o direito de migrar ao mercado livre de energia a partir de 1º de janeiro de 2024, desde que auxiliados por um comercializador varejista.
Antes da Portaria 50, somente os consumidores do Grupo A com demanda maior de 500 kW – uma conta de luz equivalente a R$ 140 mil, em média – podiam migrar para o mercado livre de energia.
Ranking internacional de liberdade de energia elétrica no mercado livre:
| Colocação/País | Acesso ao mercado livre |
| 1º Japão | Todos os consumidores |
| 2º Coreia do Sul | Todos os consumidores |
| 3º Alemanha | Todos os consumidores |
| 4º França | Todos os consumidores |
| 5º Grã-Bretanha | Todos os consumidores |
| 6º Itália | Todos os consumidores |
| 7º Espanha | Todos os consumidores |
| 8º Austrália | Todos os consumidores |
| 9º Polônia | Todos os consumidores |
| 10º Suécia | Todos os consumidores |
| 11º Noruega | Todos os consumidores |
| 12º Holanda | Todos os consumidores |
| 13º Bélgica | Todos os consumidores |
| 14º Finlândia | Todos os consumidores |
| 15º - Áustria | Todos os consumidores |
| 16º República Tcheca | Todos os consumidores |
| 17º Suíça | Todos os consumidores |
| 18º Grécia | Todos os consumidores |
| 19º Romênia | Todos os consumidores |
| 20º Portugal | Todos os consumidores |
| 21º Nova Zelândia | Todos os consumidores |
| 22º Hungria | Todos os consumidores |
| 23º Bulgária | Todos os consumidores |
| 24º Dinamarca | Todos os consumidores |
| 25º Irlanda | Todos os consumidores |
| 26º Eslováquia | Todos os consumidores |
| 27º Eslovênia | Todos os consumidores |
| 28º Croácia | Todos os consumidores |
| 29º Lituânia | Todos os consumidores |
| 30º Estônia | Todos os consumidores |
| 31º Luxemburgo | Todos os consumidores |
| 32º Letônia | Todos os consumidores |
| 33º El Salvador | Todos os consumidores |
| 34º Chipre | Todos os consumidores |
| 35º Malta | Todos os consumidores |
| 36º Estados Unidos | Todos livres em 19 estados |
| 37º - Rússia | Todos livres exceto residencial |
| 38º - Canadá | Todos livres em Ontario e Alberta |
| 39º - Turquia | Acima de 0,20 kW |
| 40º - Singapura | Acima de 4,5 kW |
| 41º Brasil | Acima de 30 kW |
| 42º Colômbia | Acima de 100 kW |
| 43º Guatemala | Acima de 100 kW |
| 44º Panamá | Acima de 100 kW |
| 45º Peru | Acima de 200 kW |
| 46º Uruguai | Acima de 250 kW |
| 47º Argentina | Acima de 300 kW |
| 48º Chile | Acima de 500 kW |
| 49º Filipinas | Acima de 750 kW |
| 50º Taiwan | Acima de 750 kW |
| 51º Índia | Acima de 1.000 kW |
| 52º México | Acima de 1.000 kW |
| 53º Equador | Acima de 1.000 kW |
| 54º República Dominicana | Acima de 1.000 kW |
| 55º Bolívia | Acima de 1.000 kW |
| 56º China | Em processo de abertura de mercado |

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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