Brasil é 47º colocado em ranking de liberdade de consumo de energia

Apesar de avanço recente, país segue entre os últimos colocados em lista de 56 mercados de energia elétrica que possuem algum nível de abertura

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O Brasil ocupa a 47ª posição em um ranking de 56 países que avalia a liberdade do consumidor de energia elaborado pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). Com alguns avanços regulatórios recentes, o país ganhou 8 posições em relação a lista divulgada em 2019, mas segue na parte debaixo da tabela.

O Ranking Internacional de Liberdade de Energia Elétrica da Abraceel considera o nível de liberalização do mercado de energia elétrica de países que instituíram algum nível de abertura e o tamanho do mercado, considerando para isso os dados disponíveis no relatório anual da Agência Internacional de Energia (IEA).

Conforme a entidade, caso o Brasil já tivesse um mercado livre de energia elétrica acessível por todos, o país ocuparia a 4ª posição, logo atrás da França. Japão e Coreia do Sul ocupam a primeira e a segunda posições, respectivamente.

Os 35 primeiros colocados têm mercados completamente liberalizados e já concedem a todos os consumidores, independentemente do porte ou categoria, o direito de escolher o fornecedor de energia elétrica, caso assim desejem. Os cinco primeiros colocados na atual edição do ranking já ocupavam o topo da lista em 2019, alguns deles em posições diferentes.

Avanço modesto

A Abraceel indica que o avanço recente é lastreado em portarias assinadas pelo Ministério de Minas e Energia em 2018 e 2019, que reduziram os limites de carga para consumidores de energia comprarem no mercado livre. Até 2019, somente aqueles com demanda superior a 3.000 kW tinham tal direito. Essa régua regulatória passou a ser reduzida anualmente até 2023, quando foi estabelecida em 500 kW.

Segundo a Abraceel, o avanço foi importante, porém tímido, porque essa barreira poderia ter sido eliminada já em julho de 2003. Isso porque a Lei 9.074, de julho de 1995, entre normas para outorga e prorrogações das concessões e permissões de serviços públicos, estabeleceu um comando legal que concedeu ao poder concedente, no caso a União, o poder de promover a abertura completa do mercado de energia elétrica oito anos depois – no caso, em julho de 2003.

Leia mais: Mercado livre de energia reduziria em até 10% a conta de consumidores de baixa renda

“No dia 8 de julho de 2023, o Brasil completou 20 anos de atraso. Em um cenário hipotético, se todos os consumidores de energia tivessem o direito de escolher e decidissem optar por migrar para o mercado livre em busca de preços mais baixos e outras vantagens, a economia agregada seria de R$ 35,8 bilhões por ano, incluindo 5 milhões de residências de baixa renda”, declarou o presidente-executivo da Abraceel, Rodrigo Ferreira.

Confira o ranking internacional de liberdade de energia elétrica no mercado livre

Colocação/PaísAcesso ao mercado livre
1º - JapãoTodos os consumidores
2º - Coreia do SulTodos os consumidores
3º - AlemanaTodos os consumidores
4º - FrançaTodos os consumidores
5º - Grã-BretanhaTodos os consumidores
6º - ItáliaTodos os consumidores
7º - EspanhaTodos os consumidores
8º - AustráliaTodos os consumidores
9º - PolôniaTodos os consumidores
10º - SuéciaTodos os consumidores
11º - NoruegaTodos os consumidores
12º - HolandaTodos os consumidores
13º - BélgicaTodos os consumidores
14º - FinlândiaTodos os consumidores
15º - ÁstriaTodos os consumidores
16º - República TchecaTodos os consumidores
17º - SuíçaTodos os consumidores
18º - GréciaTodos os consumidores
19º - RomêniaTodos os consumidores
20º - PortugalTodos os consumidores
21º - Nova ZelândiaTodos os consumidores
22º - HungriaTodos os consumidores
23º - BulgáriaTodos os consumidores
24º - DinamarcaTodos os consumidores
25º - IrlandaTodos os consumidores
26º - EslováquiaTodos os consumidores
27º - EslovêniaTodos os consumidores
28º - CroáciaTodos os consumidores
29º - LituâniaTodos os consumidores
30º - EstôniaTodos os consumidores
31º - LuxemburgoTodos os consumidores
32º - LetôniaTodos os consumidores
33º - El SalvadorTodos os consumidores
34º - ChipreTodos os consumidores
35º - MaltaTodos os consumidores
36º - Estados UnidosTodos livres em 19 estados
37º - RússiaTodos livres exceto residencial
38º - CanadáTodos livres em Ontario e Alberta
39º - TurquiaAcima de 0,20 kW
40º - SingapuraAcima de 4,5 kW
41º - ColômbiaAcima de 100 kW
42º - GuatemalaAcima de 100 kW
43º - PanamáAcima de 100 kW
44º - PeruAcima de 200 kW
45º - UruguaiAcima de 250 kW
46º - ArgentinaAcima de 300 kW
47º - BrasilAcima de 500 kW
48º - ChileAcima de 500 kW
49º - FilipinasAcima de 750 kW
50º - TaiwanAcima de 750 kW
51º - ÍndiaAcima de 1.000 kW
52º - MéxicoAcima de 1.000 kW
53º - EquadorAcima de 1.000 kW
54º - República DominicanaAcima de 1.000 kW
55º - BolíviaAcima de 1.000 kW
56º - ChinaEm processo de abertura de mercado
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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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