Transição energética poderá criar mais de 70 milhões de empregos até 2050
Cenário em que as metas climáticas fossem atingidas resultaria em 67 milhões empregos acumulados somente no setor de renováveis


A cumprimento das metas climáticas poderá criar mais de 70 milhões de empregos no setor de energia, elevando o atual número de 67 milhões para 140 milhões em 2050, mostra estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).
O relatório foi apresentado às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28), que será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
Conforme o documento, um cenário em que a meta de limitar o aquecimento global em 1.5°C for atingida, dentro dos parâmetros do Acordo de Paris, resultará em 39 milhões de empregos acumulados no setor de energia renovável em 2050. O número atual é de 13,7 milhões.
Em contrapartida, a transição energética reduzirá pela metade os postos de trabalho relacionados a combustíveis fósseis, de 38 milhões para 19 milhões até a metade do século. A Irena destaca que esse cenário exigirá que essa força de trabalho seja treinada e requalificada para atuar em segmentos de baixa emissão.
Implicações socioeconômicas
O relatório avalia que, até o momento, as medidas políticas relacionadas a transição energética têm se concentrada nos aspectos tecnológicos, institucionais e regulatórios, dando pouca atenção as implicações socioeconômicas.
A Irena alerta que questões distributivas, referentes a renda, gastos sociais, impactos das mudanças climáticas, entre outros, deveriam receber a atenção necessária para maximizar os benefícios da descarbonização do setor de energia, fortalecendo a aceitação e o apoio a essas transformações.
Outro ponto é distribuição desigual de empregos entre regiões. A Ásia deverá concentrar 55% dos empregos renováveis do mundo até 2050, seguida pela Europa (14%) e Américas (13%). Apenas 9% desses postos de trabalho estariam na África Subsaariana.
A entidade indica que os motores de desenvolvimento econômico diferem entre países. Enquanto o investimento e comércio será o principal fator para impulsionar o crescimento em países de economia avançada, os países em desenvolvimento precisarão de suporte financeiro e políticas sociais.
O diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, declarou que a transição energética traz uma grande promessa de impulsionar a economia global, mas é preciso lidar com a desigualdade persistente.
“Os tomadores de decisão têm a responsabilidade de aumentar a ambição das políticas climáticas e promover as mudanças estruturais necessárias. Precisamos facilitar um resultado positivo da transição, ao mesmo tempo em que garantimos que as oportunidades serão igualmente distribuídas entre países e regiões.”

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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