Transição energética impulsionará novo superciclo de commodities

Para a Wood Mackenzie, agenda climática deve puxar a demanda por cobalto, lítio, cobre, níquel e alumínio

TRANSIÇÃO ENERGÉTICA IMPULSIONARÁ NOVO SUPERCICLO DE COMMODITIES
Foto: imagem ilustrativa/Pixabay

A consultoria internacional Wood Mackenzie aponta que um novo "superciclo de commodities" se apresenta no horizonte, com características diferentes dos anteriores. Conforme o estudo, os combustíveis fósseis não serão protagonistas nessa fase, mas sim os metais necessários para eletrificar a sociedade: cobalto, lítio, cobre, níquel e alumínio.

Embora os pacotes de estímulo pós-pandemia tenham impulsionado os preços e a procura por esses insumos, o processo de transição energética para uma economia de baixo carbono deverá aumentar a demanda por esses metais nas próximas duas décadas. 

A consultoria estima US$ 50 trilhões em investimentos necessários nos próximos 20 anos para evitar que o aquecimento global ultrapasse 1.5 °C, eletrificando a infraestrutura e as atividades econômicas que mais contribuem para as emissões de carbono. A oferta desses metais terá um papel vital no cumprimento dessa meta.

Os desafios mapeados pela consultoria são: a concentração da cadeia de suprimento desses insumos; incertezas de fornecimento; volatilidade de preços; aceleração de novas tecnologias disruptivas; e o avanço do consumo consciente, minando a dependência de longo prazo em metais primários.

Indústria chinesa

Enquanto a movimentação da China para assegurar a matéria-prima para baterias é bem documentada, destacou o diretor de metais da Wood Mackenzie, Simon Morris, a capacidade de atender a crescente demanda global é menos palpável. Atualmente, 75% das baterias de íon-lítio, 70% dos painéis solares e 60% dos veículos elétricos do mundo são fabricados em território chinês.

“Aqueles que escolherem entrar muito tarde no ciclo, sejam países procurando garantir suprimento, fabricantes querendo proteger linhas de produção, ou investidores querendo lucros fora da curva, provavelmente irão se deparar com uma inviabilidade econômica de entrar no negócio”, alertou Morris.

As flutuações nos preços das commodities também podem atrapalhar o cenário. Com veículos elétricos (EV) emergindo como uma fonte crítica de demanda, produtores de metais terão de escolher para qual cliente vender. 

“Se os fabricantes de EV não conseguirem garantir acesso a matéria-prima por um preço viável e estável, eles podem buscar inovar ou economizá-los ao máximo. Conforme os desafios de fornecimento se materializam, o inevitável aumento nos preços irá incentivar alternativas”, disse Morris. 

Entre essas alternativas, o estudo cita inovações que podem tornar commodities tradicionais obsoletas: eletrocombustiveis, armazenamento de energia por meio de polímeros e baterias sem cobalto.

“Como nós vimos com a crescente rejeição do uso de plástico, um maior foco em sustentabilidade pode fazer com que a sociedade reaja contra o aumento considerável da utilização de metais primários em carros, telefones celulares e infraestrutura. Comprar menos ou exigir maior reuso representam riscos consideráveis para os produtores futuramente”, assinalou o especialista Wood Mackenzie. 

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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