Startups de energia verde no Vale do Silício vivem onda 2.0 de investimentos
Empresas ganham força com fortes investimentos para redução global de emissões de poluentes


O sucesso da China em ampliar a escala do setor de energia solar, bem como de promover reduções de custo semelhantes nas fontes limpas e nas baterias para carros elétricos, tem impulsionado uma nova onda de investimento em startups de energia renovável, conhecida como “clean tech 2.0”, no Vale do Silício, no sentido de reforçar o movimento global das companhias em direção a redução de emissões de poluentes.
No último ano, investidores têm ampliado os investimentos em companhias de energia renovável e outras que combatem a mudança do clima. Dezenas delas lançaram ações nos EUA nos últimos 12 meses e arrecadaram bilhões de dólares.
Segundo informações do Jornal Folha de São Paulo, a QuantumScape, startup de baterias sediada em San Jose, que abriu seu capital em 2020, tem valor de mercado de US$ 21 bilhões. Já de acordo com o Bank of America, as companhias cotadas em Bolsa que devem se beneficiar da transição para uma economia pós-combustíveis fósseis valem, somadas, US$ 6 trilhões.
Especialistas reforçam que os compromissos assumidos por governos como o da China e os da União Europeia, de chegar a um total zero de emissões de gases causadores do efeito estufa até a metade do século, também ajudam a sustentar um mercado para essas empresas. Na mesma pegada, o presidente Joe Biden também foi eleito com a promessa de um plano de US$ 2 trilhões em investimento na energia verde.
O Vale do Silício que não tinha uma história de sucesso dos investimentos em energia renovável até então, tem vivido uma mudança significativa na área. Em 2015, Bill Gates decidiu apostar nessa ideia. Ele aproveitou a reunião de líderes mundiais que aconteceu por ocasião da conferência mundial sobre o clima, em Paris, naquele ano, para convidar amigos bilionários, como o fundador da Amazon, Jeff Bezos, e Richard Branson, a criar a Breakthrough Energy, uma coalizão para investir em tecnologias de energia limpa.
Na época criaram dois fundos de capital para empreendimentos, que desde então arrecadaram mais de US$ 2 bilhões para investimento em startups de energia limpa, do hidrogênio ecológico à fusão nuclear, com o objetivo de ajudar o planeta a atingir a meta de um total líquido zero de emissões de poluentes em 2050.
Carmichael Roberts, um dos sócios-fundadores do fundo e envolvido em nos negócios como a fabricante de baterias A123 Systems, disse à imprensa internacional que agora há critérios mais rigorosos para investimento e um prazo mais longo para obter resultados, em média de 20 anos. “Agora, o fundo só investe em startups que tenham o potencial de remover 500 milhões de toneladas anuais de gases causadores do efeito estufa da atmosfera a cada ano —o equivalente a 1% das emissões mundiais de poluentes.”
“Anteriormente, muitas startups no Vale do Silício faliram por falta de opções de financiamento e não por problemas técnicos. Contava-se nos dedos o número de setores envolvidos”, disse Roberts. “Mas agora há uma variedade maior de capital à disposição, diversas empresas de capital para empreendimentos e grandes empresas industriais que têm divisões de capital para empreendimentos.”
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Adriana Dorante
Jornalista formada pela Universidade Santa Cecília (Santos), com especialização em jornalismo econômico pela PUC/SP. Trabalhou como repórter de economia em grandes veículos de Comunicação, como DCI e jornais regionais em Campinas. Realizou trabalhos em comunicação institucional (publicações impressas e digitais) e assessoria de imprensa para entidades e empresas de diferentes segmentos em São Paulo. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 5 anos.
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