Preço de equipamentos para energia solar sobe pela primeira vez em 7 anos nos EUA
Cenário reflete o desequilíbrio conjuntural na cadeia de suprimentos desse setor e embates comerciais com a China


O preço de equipamentos para energia solar subiu nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2021, aponta relatório desenvolvido pela Associação das Indústrias de Energia Solar (SEIA, na sigla em inglês) e pela consultoria Wood Mackenzie. Essa foi a primeira vez em que foi registrado um aumento de preço na avaliação trimestral nos últimos sete anos.
O cenário reflete o desequilíbrio conjuntural na cadeia de suprimentos desse setor e embates comerciais com a China.
A pesquisa indica que a maioria dos desenvolvedores do país possui estoque suficiente para os projetos de 2021, mas começarão a sentir os impactos da inflação no ano que vem.
O maior aumento foi registrado no segmento de geração centralizada, cerca de 6% sobre o segundo trimestre de 2020.
A indústria fotovoltaica vem sofrendo pressões inflacionárias desde o ano passado, em razão de falta de matéria-prima, como o silício policristalino, e da disparada do frete internacional.
Além desses fatores, o mercado dos EUA ainda recebe os impactos de restrições comerciais e embargos de importações impostas pelo governo Joe Biden contra equipamentos fotovoltaicos da China.
Mesmo com esse cenário, o setor solar registrou crescimento no país no segundo trimestre, com 5.7 GW de nova capacidade adicionada. A fonte também respondeu por 56% da nova geração dos EUA no primeiro semestre.
Metas de descarbonização
A Wood Mackienze prevê que o país acrescentará uma média de 29 GW de nova capacidade solar por ano até 2026. Porém, esse ritmo ainda está distante do necessário para atingir a meta de energia limpa do atual governo.
Um recente estudo, desenvolvido pelo Departamento de Energia dos EUA, indicou que a geração solar poderá representar 40% da geração em 2035, caso os objetivos de descarbonização da administração Biden sejam cumpridos. Conforme a Wood Mackenzie, isso só será possível com a instalação de mais de 80 GW de solar por ano entre 2022 e 2035.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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