Investimento em energia limpa precisa aumentar para US$ 1 trilhão/ano
Setor financeiro deve desempenhar um papel mais central para atingir as metas do Acordo de Paris, diz diretor global do Banco Mundial


O investimento anual em energia limpa em países em desenvolvimento precisa aumentar em mais de sete vezes para viabilizar as metas de descarbonização global até 2050, aponta relatório da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), elaborado em parceria com o Banco Mundial e com o Fórum Econômico Mundial.
De acordo com o estudo, os aportes precisam passar dos US$ 150 milhões registrados em 2020 para cerca de US$ 1 trilhão até 2030. As entidades indicam que, a não ser que ações mais contundentes sejam tomadas, as emissões relacionadas a essas economias, em sua maioria da Ásia, África e América Latina, devem crescer em 5 bilhões de toneladas nas próximas duas décadas.
“Em muitas economias emergente e em desenvolvimento, as emissões estão crescendo, enquanto os investimentos em energia limpa estão vacilantes, criando uma falha perigosa nos esforços globais para alcançar as metas de clima e energia sustentável”, disse o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
“Os países não estão iniciando suas jornadas do mesmo ponto de partida, muitos não têm acesso aos fundos necessários para uma rápida transição energética, e os efeitos danosos da pandemia de Covid-19 estão durando mais em muitas partes do mundo em desenvolvimento”, acrescentou o dirigente.
O diretor global para energia e indústrias extrativas do Banco Mundial, Demetrios Papathanasiou, avalia que o setor financeiro pode e deve desempenhar um papel mais central para atingir as metas do Acordo de Paris ao mobilizar capital para investimentos verdes e de baixo carbono. “Nós continuares apoiando países que buscam assistência na transição energética.”
O presidente do Fórum Econômico Mundial, Børge Brende, destacou que a necessidade de expansão da geração de energia limpa oferece uma grande oportunidade de investimento. “Esse relatório mostra que os desafios para levar esse capital aos lugares certos podem ser superados com uma combinação de políticas inteligentes, inovação financeira e ações coletivas.”
O estudo defende que exista um foco em canalizar e facilitar investimentos em setores onde tecnologias de energia limpa já têm viabilidade de mercado, especialmente nas áreas de renováveis e eficiência energética, além de estabelecer as bases para ampliar a infraestrutura industrial e a oferta de combustíveis de baixo carbono necessários para reduzir emissões em economias de crescimento rápido.
O documento também pede pelo fortalecimento de estruturas financeiras sustentáveis, resolução de barreiras a investimentos estrangeiros, facilitação de procedimentos de licenciamento e aquisição de terras, e revisões de políticas que distorcem mercados de energia.
“As estratégias atuais estão longe do necessário. Nosso relatório é um chamado global para ação, especialmente para aqueles que possuem recursos e expertise para fazer a diferença”, afirmou Birol.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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