Índia planeja construir maior usina solar fotovoltaico flutuante no mundo

A Índia planeja construir a maior usina solar fotovoltaico flutuante no mundo. De acordo com o ministro da Energia Nova e Renovável do estado de Madhya Pradesh, Hardeep Singh Dang, o empreendimento terá 600 MW e será desenvolvido no reservatório de uma barragem. O projeto requererá um investimento de cerca de US$ 409 milhões.

O ministro contou que a expectativa é que a planta comece a operar entre 2022 e 2023. A companhia de distribuição local, Madhya Pradesh Power Management Co, irá comprar 400 MW da energia gerada no local. Dang explicou que o desenvolvimento do projeto será apoiado pela International Finance Corporation, pelo Banco Mundial e pelo órgão federal de transmissão Power Grid Corporation of India. O Banco Mundial também auxiliou na elaboração do estudo preliminar de viabilidade da usina.

O ministro ainda declarou que a Power Grid Corporation iniciará a avaliação da rota da linha de transmissão da área do projeto até a subestação até o final de janeiro. Um edital para um estudo sobre os impactos ambientais e sociais da planta também será aberto.

Atualmente, o título de maior usina solar fotovoltaica flutuante do mundo pertence a uma planta de 150 MW localizada na província de Anhui, na China, que está em operação desde 2017. Em outubro, um relatório da consultoria Fitch Solutions apontou que uma capacidade adicional de mais de 10 GW de usinas fotovoltaicas flutuantes deverá ser instalada no mundo nos próximos cinco anos.

O estudo destaca que, embora a tecnologia esteja disponível há mais de uma década, a falta de conhecimento e diretrizes em aspectos como impactos ambientais e regulações tornaram os projetos de relativo alto risco. A solução permaneceu subutilizada, com menos de 3GW instalados globalmente ao final de 2019, volume inferior a 1% da capacidade total da fonte solar. Porém, a redução de custos, o sucesso de projetos pilotos e um melhor entendimento dos benefícios estão resultando em um crescente interesse no uso dessa forma de geração.

A Fitch assinalou que, quando instalada em reservatórios, as usinas flutuantes reduzem a evaporação da água e limitam a proliferação de algas, ao mesmo tempo em que se beneficiam de um efeito resfriador nos painéis, melhorando a produção de energia em alguns casos.

Já a instalação da tecnologia em usinas hidrelétricas tem como vantagem a infraestrutura de transmissão e distribuição já existente, removendo alguns custos de construção relativos à conexão à rede.