Importação de silício policristalino cai 23% na China em 2022, aponta Bernreuter Research
Redução no volume de compras externas do país reflete o aumento da produção interna, após escassez da matéria-prima em 2021


A importação de silício policristalino apresentou queda de 23% na China em 2022, aponta levantamento da consultoria Bernreuter Research. O volume de compras externas da matéria-prima de células solares reduziu de 114.203 para 88.093 toneladas em relação a 2021, ano em que foi registrado um aumento, em razão de restrições na produção interna no país asiático.
“Após uma forte escassez de silício em 2021, a expansão na capacidade produtiva na China já impactou o volume de importações em 2022”, disse o diretor da Bernreuter Research, Johannes Bernreuter. O especialista estima que a participação de mercado da indústria chinesa na produção mundial do material subiu de 82% para 87%. Em 2017, esse percentual era de 55%.
O maior declínio registrado em 2022 foi nas importações do Japão, que obtiveram volume recorde de 15.431 toneladas em 2021. No ano passado, o montante foi de 6.129 toneladas, queda de 60%. Uma dinâmica similar ocorreu com as importações de Taiwan, com redução de 50%.
Importações da alemã Wacker, maior fornecedora estrangeira de silício policristalino da China, caíram 6,3%. A Hemlock, sediada nos Estados Unidos, teve redução de 4.811 para 2.785 toneladas nas vendas da matéria-prima para o mercado chinês.
A Bernreuter Research destaca isso pode ser explicado pelo fato de ambas as empresas terem firmado contratos com a Jinko Solar, que iniciou a operação de uma nova fábrica de wafers no Vietnã em 2022, com capacidade anual de 7 GW. Outra importante fabricante chinesa que iniciará uma unidade de wafers no Vietnã é a Trina Solar.
“Com o Ato de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur, que bane produtos da região chinesa de Xinjiang, e a decisão anti-evasão contra módulos solares produzidos com wafers chineses no sudeste asiático, os EUA estão impulsionando a demanda por painéis fabricados com silício e wafers não oriundos da China”, detalhou Bernreuter.
“Ao mesmo tempo, as importações de silício policristalino da China irão encolher ainda mais, diante da massiva expansão da capacidade produtiva doméstica. Dessa forma, a matéria-prima que é produzida fora da China será cada vez mais destinada a mercados que não o chinês”, finalizou o especialista.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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