IEA: atual crise energética global pode ser ponto de virada para a descarbonização

Impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia tem impulsionado medidas transformadoras para garantir um fornecimento mais limpo e seguro de energia

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A crise global de energia provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia está causando mudanças profundas e duradouras com potencial de acelerar a transição para um sistema mais sustentável e seguro, indica relatório da Agência Internacional de Energia (IEA na sigla em inglês).

Leia mais: Emissões globais de CO2 de combustíveis fósseis devem crescer menos de 1% em 2022

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A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira (27/10), destaca que o cenário atual está causando um choque de dimensões e complexidade sem precedentes, com os maiores abalos ocorrendo nos mercados de gás natural, carvão e eletricidade, além de impactos significativos no setor de petróleo.

A avaliação da IEA é que essas dificuldades econômicas e políticas ilustram a fragilidade e insustentabilidade do atual sistema mundial de energia. Também ficou demonstrado que locais com maior participação de fontes renováveis conseguiram manter preços de eletricidade mais baratos.

Além de medidas de curto prazo para tentar proteger os consumidores dos impactos da crise, muitos governos estão promovendo iniciativas mais amplas. Alguns buscam aumentar a diversidade de suprimento de óleo e gás e muitos procuram acelerar mudanças estruturais.

As respostas mais notáveis, conforme a IEA, incluem programas como o Inflation Reduction Act nos Estados Unidos e o REPowerEU na União Europeia, que direcionam volumes históricos de recursos para iniciativas de transição energética. Também são citadas metas ambiciosas de geração limpa na Índia e China.

O estudo indica que essas novas medidas podem impulsionar os investimentos em energia limpa para mais de US$ 2 trilhões ao ano em 2030, um crescimento de mais de 50% em relação aos níveis atuais.

Pico na demanda

Conforme os mercados se reequilibram nesse cenário, o atual aumento da demanda por carvão se mostra temporário, enquanto as renováveis, apoiadas pela energia nuclear, apresentam ganhos sustentáveis. Como resultado, o pico das emissões globais seria alcançado em 2025.

Pela primeira vez um cenário projetado pela IEA que leva apenas em consideração as políticas já existentes mostra a demanda global por combustíveis fósseis alcançando um pico ou estagnação.

Nessas condições, o uso de carvão cairá nos próximos anos, enquanto a demanda por gás natural atinge um platô ao final da década e o crescimento das vendas de carros elétricos levará a procura por petróleo reduzir entre meados da próxima década até a metade do século.

As atuais taxas de crescimento para energia solar, eólica, veículos elétricos e baterias, caso mantidas, levariam a uma transformação ainda mais rápida que a projetada nesse cenário. Porém, a IEA alerta que, para que isso seja possível, serão necessárias novas políticas de incentivos.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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