G20 gastou US$ 1,4 trilhão com incentivos a combustíveis fósseis em 2022
Montante é considerado o maior da história e inclui subsídios, investimentos de empresas estatais e empréstimos de instituições financeiras públicas


Os países do G20 gastaram US$ 1,4 trilhão com incentivos a combustíveis fósseis em 2022, mostra estudo do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável (IISD). O valor é considerado o mais alto da história e inclui subsídios a combustíveis fósseis (US$ 1 trilhão), investimentos de empresas estatais (US$ 322 bilhões) e empréstimos de instituições financeiras públicas (US$ 50 bilhões).
Conforme a pesquisa, que contou com participação do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o montante é mais do que o dobro registrado pelo grupo das vinte maiores economias do mundo em relação aos níveis pré-COVID-19 e pré-crise energética de 2019.
Caso esses recursos públicos não fossem utilizados dessa forma, os membros do G20 não só ganhariam US$ 1,4 trilhão, como também poderiam receber US$ 1 trilhão adicionalmente por ano ao taxar o segmento, cobrando entre US$ 25 a US$ 50 para cada tonelada de CO2 emitida na atmosfera.
Leia mais: Brasil é líder de descarbonização entre os países do G20
Os autores do estudo recomendam que os membros do G20 estabeleçam um prazo claro para eliminar os subsídios aos combustíveis fósseis — 2025, para países desenvolvidos; e até 2030, para economias emergentes — caso queiram cumprir o compromisso assumido em 2009 de reformar os subsídios.
O estudo também recomenda aos países ricos, que historicamente e atualmente contribuem mais para a crise climática que os países em desenvolvimento, tenham metas mais ambiciosas de descarbonização.
A assessora política do Inesc, Livi Gerbase, destacou o papel dos subsídios aos combustíveis na contribuição para a crise climática. “Reduzir artificialmente o preço dos combustíveis fósseis com subsídios não apenas incentiva sua queima, intensificando as crises climáticas como ondas de calor, incêndios florestais, chuvas intensas, como também atrasa o desenvolvimento de matrizes energéticas limpas.”
A especialista ainda alertou que o fomento aos combustíveis fósseis no Brasil alcançou R$ 118,2 bilhões em 2021, um valor próximo ao registrado no ano anterior. Para 2022, a expectativa é que a quantia tenha sido maior, pois foram zeradas as alíquotas do PIS, da Cofins, do PIS-Importação e da Cofins importação sobre combustíveis fósseis.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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