Frete marítimo internacional só deve voltar à normalidade em meados de 2023
Custo médio de um contêiner no mercado global está sete vezes mais caro do que antes da pandemia, permanecendo próximo a US$ 10 mil por vários meses, indica CNI


O mercado de navegação internacional ainda apresenta grande instabilidade e deve retornar à normalidade apenas em meados de 2023, indica avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Perspectiva é de que serão necessários vários meses até que os níveis de congestionamentos, atrasos e demanda por transporte se estabilizem.
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“O risco de uma recessão global pode atenuar a demanda pelo transporte marítimo”, explica o especialista em Infraestrutura da CNI, Matheus de Castro. “No entanto, novas rupturas na logística global, em função da Guerra na Ucrânia, surtos de Covid-19 na China ou qualquer outra eventualidade, vão estender a crise logística, já que não há capacidade ociosa no mercado para acomodar pressões adicionais na oferta de serviços de transporte.”
Um levantamento da entidade sobre os efeitos da crise logística internacional desencadeada pela Covid-19 no Brasil e nas principais rotas da navegação do mundo mostra que o custo médio do transporte de um contêiner no mercado marítimo global permaneceu próximo à US$ 10 mil em vários momentos nos últimos meses, valor sete vezes mais elevado que o verificado antes da pandemia.
A crise se iniciou há mais de dois anos, com as interrupções nas atividades produtivas na China e, posteriormente, em outros países, que se refletiram na suspensão generalizada de serviços de transportes e das encomendas programadas.
Conforme a CNI, a progressiva retomada das atividades, ainda 2020, alavancou a demanda por mercadorias e insumos produtivos, muitos destes represados em portos e armazéns chineses. Desde então, a capacidade de transporte ofertada nos portos e embarcações a nível global tem sido insuficiente para equilibrar o mercado, resultando nos maiores valores de fretes já registrados na história.
Evolução do frete médio mensal na rota Ásia-Brasil (milhares de US$ por contêiner de 40 pés):
O levantamento mostra que os primeiros meses de 2022 indicam uma retração no custo médio de importação com origem na Ásia para o Brasil. A queda revela uma acomodação entre a demanda e a oferta de capacidade de transporte na rota.
No entanto, os efeitos do lockdown em portos chineses, especialmente o de Xangai, e a piora nas condições do mercado de navegação global reverteram o processo de redução dos valores de frete, que, neste mês de julho, já ultrapassa o patamar de US$ 10 mil por contêiner de 40 pés.
Na avaliação da CNI, por ser um mercado secundário, as rotas vinculadas ao Brasil sofrem os efeitos da demanda por embarcações e dos atrasos nos portos dos principais fluxos globais de navegação.
“Isso explica a queda no início do ano nos valores do frete de importação com origem na Ásia, ao mesmo tempo em que se verificou um aumento nos fretes de exportação partindo do Brasil, especialmente para os portos dos Estados Unidos”, detalha o especialista em Infraestrutura da CNI, Matheus de Castro.
Em julho de 2022, o custo médio do frete de contêiner no mercado global alcançou US$ 6.500. O valor é quatro vezes maior que o observado antes da pandemia, mas representa uma queda de 29% em relação ao fim de 2021, quando o frete médio global esteve próximo à US$ 10 mil por contêiner.
Porém, o especialista ressalta que a melhora no mercado de navegação brasileiro ainda depende da solução dos problemas logísticos nas principais rotas globais, o que não deve ocorrer antes do próximo ano.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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