Exportações de equipamentos de energia solar da China crescem 64% em 2022

Análise da Wood Mackenzie mostra que vendas externas de produtos fotovoltaicos do país asiático totalizaram US$ 52 bilhões em receitas no ano passado

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As exportações chinesas do setor de energia solar cresceram 64% em 2022, totalizado uma receita anual de US$ 52 bilhões, mostra análise da consultoria Wood Mackenzie. O estudo indica que a maior demanda por equipamentos de geração fotovoltaica foi impulsionada pela crise energética decorrente da guerra na Ucrânia.

“O cenário global de tensões comerciais ficou em segundo plano em relação à alta nos preços de energia. Isso está levando consumidores e desenvolvedores de todo o mundo a comprar mais painéis solares da China”, disse o diretor de pesquisa da Wood Mackenzie, Alex Whitworth.

O levantamento mostra que a maior parte dessas vendas externas corresponde a módulos fotovoltaicos. A Europa seguiu como maior importadora de placas solares do país asiático, com uma parcela de 56%.

A exportação de células solares apresentou um crescimento superior a 100%, com o sudeste asiático respondendo por 31% desse mercado. Essa região tem recebido novas fábricas de painéis solares, em razão das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre equipamentos produzidos na China.

A Wood Mackenzie destaca que, no ano passado, as placas solares chinesas foram cerca de 57% mais baratas que as fabricadas nos EUA e na União Europeia. A diferença é principalmente atribuída ao custo material, com a China obtendo vantagem com preços de energia, escala produtiva e apoio governamental, enquanto as indústrias norte-americana e europeia não são competitivas sem subsídios.

Expansão na capacidade

A consultoria estima que a capacidade de exportação da China para células e wafers crescerá acima de 203 GW em 2026, mais do que o suficiente para atender a demanda global de 170 GW por ano, excluindo o próprio mercado interno. A capacidade de exportação de placas solares também deverá aumentar para 149 GW até 2026, deixando espaço para outros mercados expandirem a produção.

Na avaliação da Wood Mackenzie, as políticas de incentivo industrial anunciadas pelos EUA, União Europeia e Índia não serão suficientes para desafiar o domínio chinês na fabricação de equipamentos de energia solar.

“Os EUA vão destinar pelos menos US$ 41 bilhões para estimular a produção local, mas os custos seguirão favorecendo a importação, ainda mais quando as linhas de módulos entraram em operação, pois existirá dependência de componentes importados da Ásia”, explicou Whitworth.

A avaliação é que a meta do governo dos EUA de produzir painéis solares 100% locais até 2026 dificilmente será atingida pela ausência de fabricação significativa de wafers e células fotovoltaicas na região. Assim como na Índia e União Europeia, os incentivos não bastarão para fechar a diferença de custos em relação aos produtos chineses.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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