Elon Musk quer usar energia solar para extrair gás carbônico da atmosfera
Empresário doará US$ 100 milhões para empresas que criarem tecnologias para remover carbono direto do ar


O megaempresário bilionário Elon Musk está com um novo projeto, desta vez focado na despoluição do planeta com 'negatividade' do gás, em vez de neutralidade. Para tanto, vai investir US$ 100 milhões em prêmios para novas tecnologias capazes de remover o dióxido de carbono da própria atmosfera. As inscrições para o prêmio serão abertas no Dia da Terra, comemorado em 22 de abril. Três vencedores serão nomeados para três prêmios separados - US$ 50 milhões, US$$ 20 milhões e US$ 10 milhões - no mesmo dia em 2025.
O concurso para essas tecnologias de remoção de carbono da atmosfera será administrado pela Fundação Xprize, um grupo sem fins lucrativos que realiza competições para estimular o desenvolvimento de tecnologia para melhorar as viagens espaciais, alimentação e saúde. O novo prêmio, o maior do tipo, será apoiado por uma doação da Musk Foundation, uma organização sem fins lucrativos criada pelo diretor executivo da Tesla e da SpaceX.
As equipes que entrarem na competição Xprize para ganhar uma parte dos US $ 100 milhões de Musk terão de demonstrar um método para capturar até 1 tonelada de CO² por dia, e que seja o mais barato possível. E devem provar também à comissão julgadora que a tecnologia pode ser ampliada para remover até 1 bilhão de toneladas por ano.
De acordo com Noah Deich, presidente da Carbon180, uma organização sem fins lucrativos focada na remoção de carbono, a equipe do Xprize possui grandes especialistas técnicos e tem um histórico de sucesso na execução de prêmios semelhantes. Segundo os responsáveis pelo concurso, a competição de remoção de carbono provavelmente abordará quatro trilhas: ar, terra, oceanos e rochas, que as tecnologias podem seguir para alcançar a remoção. Alguns desses caminhos já estão sendo usados por startups.
Mesmo que o dinheiro do prêmio venha da filantropia de Musk, ele pode se beneficiar com as tecnologias de remoção de carbono que se tornam mais baratas. O combustível de foguete da SpaceX é atualmente baseado em carbono, e a empresa solicitou licenças para perfurar gás natural perto de seu local de lançamento no Texas. Musk, que foi criticado pela pegada de carbono da SpaceX, imagina um futuro com combustível de foguete neutro.
“Os voos de foguetes terão carbono líquido zero a longo prazo”, comentou o chefe da SpaceX em 2019. Ele também disse que gostaria de um dia “usar a energia solar para extrair gás carbônico da atmosfera, combiná-lo com água e produzir combustível e oxigênio para seus foguetes. Isso só seria de fato econômico, se o custo das tecnologias de remoção de carbono cair substancialmente.
O prêmio pode estimular startups a buscar outras rotas viáveis. Os oceanos dissolvem naturalmente muito do CO² que a atividade humana libera, por exemplo, e os cientistas começaram a desenvolver ideias para capturar o gás dissolvido retido na água. Também é possível usar minerais triturados em terras agrícolas que aceleram o processo de captura de CO².

Cristiane Pinheiro
Jornalista, formada pela Faculdade de Comunicação Cásper Líbero, com quase 30 anos de experiência no segmento de Comunicação. Tem especializações em jornalismo impresso pelo Curso Intensivo de Jornalismo Aplicado, do Grupo O Estado de S. Paulo, e em televisivo pela Rede Globo de Televisão, São Paulo, e pelo Senac – Centro de Comunicação e Artes. Atua na cobertura jornalística do setor elétrico há cerca de 10 anos.
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