Chile inaugura usina com duas tecnologias solares

O Chile inaugurou na última terça-feira (8/6) o primeiro complexo termossolar e fotovoltaico da América Latina. Batizado de Cerro Dominador, o empreendimento está localizado no norte do país, no deserto do Atacama. Conforme informações do governo chileno, a construção da usina de 210 MW de potência foi iniciada em 2014. No total, foi investido US$ 1,3 bilhão. 

O empreendimento é composto por uma usina fotovoltaica e outra de solar-térmica. São 10.600 espelhos (helióstatos) de 140 m² instalados em um terreno de mais de 700 hectares. O projeto empregou 1.500 profissionais durante a fase de desenvolvimento e 80 postos de trabalho permanentes na operação.

Como Funciona

Os espelhos refletem e concentram a radiação solar em um receptor localizado na parte superior de uma torre de 250 metros de altura, onde está armazenado um fluído. O vapor resultante é utilizado para geração de eletricidade por meio de uma turbina.

Na última década, o Chile tem promovido iniciativas para cumprir metas de descarbonização reduzindo a dependência de térmicas fósseis e hidrelétricas. Nos últimos seis anos, a participação de solar e eólica aumentou dez vezes na matriz elétrica. O país tem objetivo de utilizar apenas geração renovável até 2050.

Histórico 

A construção de Cerro Dominador começou em maio de 2014 pela espanhola Abengoa e a EIG Global Energy Partners. Esta se tornaria a única dona do projeto depois de 50% da obra completada, em outubro de 2016, quando a EIG comprou a participação da Abengoa.

A primeira fase ficou pronta em fevereiro de 2018, com 100 MW de potência fotovoltaica em operação. Em maio do mesmo ano a EIG contratou um financiamento de US$ 578 milhões para a segunda fase (termossolar), com a Abengoa e a Acciona como parceiras na execução da obra. Participaram como financiadores as instituições Natixis, Deutsche Bank, Société Générale, ABN AMRO, Banco Santander, Commerzbank e BTG Pactual.