Brasil tem potencial para renováveis, mas precisa de um ambiente estável
Para os especialistas, é preciso criar ambiente favorável a investimentos para aproveitar recursos


O Brasil e os demais países da América Latina têm grande potencial para as energias renováveis. No entanto, a construção de um ambiente de negócios estável é fundamental para atrair os investidores internacionais.
“A América Latina torna-se cada vez mais importante, à medida que ocorrem mudanças na forma em que a geração e o consumo de energia se relacionam geograficamente. Olhamos para tecnologias como o hidrogênio verde, por exemplo. Isso traz um potencial de exportar formas de energia para outros lugares do mundo”, disse o membro do Conselho da Siemens Energy, Jochen Eickholt, durante evento realizado nesta terça-feira (22/6).
“O continente tem características difíceis de se encontrar em outras regiões. Acredito que há um grande potencial para o futuro e isso explica o interesse de grandes empresas estrangeiras atuarem na América Latina”, acrescentou Eickholt.
Participando do evento por meio de uma gravação, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, declarou que o Brasil tem agido por meio de reformas para permitir investimento no setor de renováveis.
“Estamos bem-posicionados para ser um player global no setor do hidrogênio verde, em função de nossa abundância de recursos. Em cerca de 30 dias, publicaremos nossas diretrizes políticas para esse segmento”, assinalou o ministro.
Eickholt expressou a ambição da Siemens Energy em auxiliar os países locais no desenvolvimento de soluções para o mercado e para os sistemas de energia. “Queremos garantir que seremos um parceiro para a transição energética. Já somos ativos com grandes projetos no Brasil e no Chile”, disse o executivo.
A sócia-fundadora da Catavento Consultoria, Clarissa Lins, acredita que é preciso um ambiente regulatório estável para atrair os investimentos. “Quando olho para o Brasil, vejo muitas oportunidades. Temos que desenvolver nossas fontes de forma competitiva e impulsionar nossa diversidade”, disse Lins.
A secretaria-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Alicia Bárcena Ibarra, também destacou a necessidade de um regramento sólido para garantir o andamento dos investimentos. “Precisamos de uma regulação clara e estável. É um negócio de longo prazo e mudanças abruptas de direção não ajudam”, disse Ibarra.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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