Amazon lidera contratação de energia renovável entre empresas privadas
Multinacional de tecnologia anunciou 8,8 GW em projetos de solar e eólica em 2023 e mantém primeira colocação pelo quarto ano consecutivo, mostra levantamento da BNEF


A Amazon foi a empresa privada que mais comprou energia renovável no mundo pelo quarto ano consecutivo, mostra levantamento da Bloomberg New Finance (BNEF). Em 2023, a multinacional de tecnologia anunciou 8,8 GW em contatos de compra de energia (PPAs) em 16 países, acumulando um portfólio renovável de 33,6 GW, capacidade que supera países como Bélgica e Chile.
A maior parte dos projetos contratados pela Amazon no ano passado é de energia solar renovável, somando 5,62 GW, com restante correspondendo a usinas eólicas. Conforme a BNEF, a segunda colocação ficou com a Meta, com 3 GW em contratos, todos eles referentes a empreendimentos de energia solar.
Mais de 200 empresas foram incluídas no levantamento. No total, 150 contratos foram assinados com desenvolvedoras de projetos de energia em 2023. As corporações anunciaram um volume anual recorde de 46 GW em contratos de energia solar e eólica, superando a marca de 41 GW de 2022.
A Engie foi a maior vendedora de ativos renováveis no ano passado, somando 2,4 GW em PPAs, superando a AES, que anunciou 1,9 GW em acordos. De acordo com a BNEF, Tata Power (1,2 GW), Lightsource BP (1 GW) e Eneco (0,9 GW) completaram as cinco primeiras posições entre os desenvolvedores de projetos em 2023.
A análise indica que a melhora econômica em mercados importantes, como a Europa, em conjunto com metas de energia limpa do setor privado, foram os principais fatores para impulsionar esse crescimento.
De acordo com a BNEF, desde 2008, as empresas privadas anunciaram 198 GW em PPAs de solar e eólica. Esse mercado cresceu 33% em média desde 2015, movimentando centenas de bilhões de dólares em investimentos em transição energética.
Mercados regionais
Cerca de 45% dos PPAs anunciados em 2023 (20,9 GW) são referentes a projetos na região das Américas, seguido pela Europa, com 33% (15,4 GW). Entre 2022 e 2023, a Europa viu o volume de PPAs crescer 74%, o maior crescimento regional.
Leia mais: Autoprodução impulsiona solar e eólica no mercado livre de energia em 2023
Com a redução de problemas na cadeia de fornecimento e a normalização no equilíbrio entre oferta e demanda de gás, após a crise de 2022, os preços de PPAs corporativos caíram mais rapidamente que os preços de energia, tornando esse tipo de contratação economicamente mais atrativa em mercados como Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha e Holanda. Em conjunto, esses quatro países responderam por mais da metade dos acordos anunciados na região em 2023.
Os Estados Unidos seguiram como o maior mercado, com 17,3 GW anunciados, mas registrou queda de 16% em relação ao patamar recorde de 20,6 GW em 2022. Ao contrário da Europa, as condições econômicas para PPAs foram mais fracas no país. Os desenvolvedores ficaram travados com contratos com equipamentos mais caros assinados em anos anteriores.
Somado as taxas de juros mais altas, isso resultou em aumento de 4% nos preços dos PPAs. Os preços de energia não subiram na mesma velocidade, fazendo com que compradores segurassem a assinatura de contratos, aguardando a calibragem do mercado.
Empresas privadas que mais contrataram projetos renováveis em 2023:
- Amazon
- Meta
- LyondellBasell
- Google
- Tata Steel
- Air Liquide
- Albras
- Albert Heijn
- Microsoft
- Orange

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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