10 maiores fabricantes podem atender toda demanda global por placas solares
Excesso de capacidade produtiva causa queda de preços e traz preocupações sobre sustentabilidade da indústria; confira o ranking da Wood Mackenzie


As marcas listadas entre as dez maiores fabricantes de placas solares do mundo têm capacidade produtiva suficiente para atender a demanda anual de energia solar do mercado global, mostra levantamento da Wood Mackenzie. O ranking foi elaborado pela consultoria com dados consolidados do primeiro semestre de 2024.
O top 10 conta com 13 empresas em razão de empates nas sétimas e nonas colocações. Foram avaliados 38 fabricantes de módulos fotovoltaicos de 11 países, com capacidade produtiva total e volume de embarques respondendo por 68% e 84% do mercado mundial, respectivamente.
O ranking examina nove diferentes critérios, incluindo experiência de fabricação, integração vertical, desempenho financeiro e utilização da capacidade. O relatório destacou que, apesar de enfrentar importantes desafios, incluindo quedas de preços sem precedentes, os fabricantes de painéis solares listados no top 10 atingiram uma taxa média de utilização da capacidade produtiva de 66%, com muitos deles superando 70%.
Essa taxa refere-se ao percentual da capacidade total de produção disponível que está sendo efetivamente utilizado. Ela reflete o nível de atividade em relação ao potencial máximo que uma fábrica pode alcançar sem necessidade de expansão. O ranking ainda demonstra um crescimento de marcas não-chinesas no top 10, com a presença companhias da Índia, Singapura e Japão.
“Enquanto muitas companhias enfrentaram perdas financeiras, oito das 13 fabricantes listadas reportaram lucro na primeira metade de 2024. Isso ilustra a habilidade dessas empresas de gerenciar quedas drásticas de preços por meio de controle de custos e otimização da eficiência”, disse a pesquisadora da Wood Mackenzie, Yana Hryshko.
Conforme o relatório, a transição de tecnologia está ocorrendo mais rápido do que o antecipado pelo mercado. Células TOPCon estão liderando a inovação, enquanto HJT e BC também estão ganhando participação. Além disso, o investimento em pesquisa e desenvolvimento está em alta em relação aos níveis de 2023.
Excesso de capacidade
A pesquisa alerta que a crescente demanda por energia solar não é o suficiente para responder ao excesso de capacidade causado pela rápida expansão promovida pela indústria. “Os principais fabricantes estão cada vez mais preocupados com os níveis baixos de utilização e com a redução das margens, tornando-os mais cautelosos em relação aos seus planos de expansão”, apontou Hryshko.
“A indústria solar testemunhou uma queda dramática nos preços de módulos fotovoltaicos, caindo de US$0,24 por watt para US$0,08 por watt, uma redução de 70%. Isso colocou uma pressão considerável sobre as receitas e a lucratividade do setor, trazendo preocupações sobre a sustentabilidade de alguns fabricantes”, detalhou a especialista.
Top 10 fabricantes de placas solares do 1º semestre de 2024:
| Fabricante | País |
| 1º - Jinko Solar | China |
| 2º - Longi | China |
| 3º - JA Solar | China |
| 4º - Canadian Solar | China |
| 5º - Trina Solar | China |
| 6º - Adani Solar | Índia |
| 7º - Tongwei | China |
| 7º - Astronergy | China |
| 8º - DMEGC Solar | China |
| 9º - EliTe Solar | Singapura |
| 9º - VSUN Solar | Japão |
| 9º - Risen Energy | China |
| 10º - Maxeon | Singapura |

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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