Importações de painéis solares já superam 53% da cota isenta de imposto
Entre julho e setembro, Brasil acumula US$ 535 milhões em compras de equipamentos chineses, mais da metade do limite estabelecido até junho de 2025


O Brasil importou 16,72 GW em painéis solares da China de janeiro a setembro, mostra levantamento da consultoria InfoLink Consulting. Somente no segundo semestre, o país acumula US$ 535 milhões em compras de equipamentos fotovoltaicos, o equivalente a 53% da cota isenta de impostos para o período de julho de 2024 a junho de 2025 (US$ 1,01 bilhão).
Em setembro, o país registrou 1,66 GW em importações, um crescimento de 9% em relação a agosto. O volume ainda corresponde a 62% das compras externas do continente americano. O Brasil é o segundo principal destino de módulos fotovoltaicos chineses, ficando atrás apenas da Holanda, principal porta de entrada para todo o mercado da União Europeia.
Leia mais: Aumento de imposto de importação de placas solares ameaça investimentos no Brasil
A avaliação é que, com uma fabricação local limitada, as tarifas de importação deverão ter pouco impacto na compra de placas solares chinesas no curto prazo. O relatório ainda destacou que o aumento do custo da energia elétrica no país, resultado da escassez de chuvas e redução dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas, pode impulsionar o interesse em instalações de energia solar.
China acumula 186 GW em exportações
De acordo com o estudo, a China registrou queda anual de 16% nas exportações de painéis solares em setembro, com volume de 16,53 GW. Porém, no acumulado do ano, houve crescimento de 18% sobre o igual período anterior, com 186,77 GW.
Até setembro, os principais mercados compradores de equipamentos chineses foram Holanda, Brasil, Arábia Saudita, Índia e Espanha. Europa e Ásia-Pacífico registraram as maiores quedas mensais, enquanto as Américas tiveram ligeiro aumento e Oriente Médio e África pequenas reduções.
Na Europa, excesso de energia solar gerada no verão levou a um desequilíbrio entre oferta e demanda, impactando o lucro de curto-prazo das usinas. Além disso, as instalações caíram de ritmo durante o período de férias. A Alemanha enfrente uma recessão econômica de dois anos e a França apresenta dificuldades políticas para introduzir políticas de incentivo ao setor.
A InfoLink espera recuperação da demanda no continente em 2025, com o desenvolvimento de projetos atrasados na Espanha e crescimento de mercados emergentes no leste europeu.
Na Ásia, o desempenho foi impactado pelo maior mercado, a Índia, em razão de congestionamentos em portos e fala de disponibilidade de espaços, elevando o tempo de entrega dos painéis solares.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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