Mini GD deve impulsionar mercado brasileiro de energia solar no 2º semestre

Prazo de conexão para que usinas de geração fotovoltaica de 75 kW a 5 MW garantam regras de compensação mais vantajosas deve movimentar desenvolvimento e entrega de projetos

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O segmento de minigeração distribuída deve sustentar a melhora do mercado de energia solar brasileiro no segundo semestre de 2023, indicam empresas do setor. O prazo de conexão para que usinas fotovoltaicas desse perfil garantam regras de compensação mais vantajosas se encerra no início de janeiro de 2024, impulsionando o desenvolvimento e entrega de projetos ao longo dos próximos meses.

Se enquadram como minigeração distribuída centrais geradoras de energia elétrica de fonte renovável com potência instalada entre 75 kW e 5 MW. Usinas de energia solar desse porte que solicitaram conexão de acesso à rede antes de 7 de janeiro de 2023 entraram na regra de transição estabelecida pela Lei 14.300, mantendo a paridade tarifária até 2045.

Porém, a mesma lei determina um prazo de 12 meses após a data de emissão do parecer de acesso para que usinas de minigeração da fonte solar se conectem à rede. Para atender esse requisito, os projetos devem ser desenvolvidos até o final do ano, gerando demanda por equipamentos de energia solar no país.

“O mercado vai melhorar no segundo semestre. Muitos empreendedores que conseguiram parecer de acesso para usinas de minigeração distribuída sob as regras anteriores a Lei 14.300 vão iniciar o desenvolvimento desses projetos”, disse o CEO da WDC Networks, Vanderlei Rigatieri.

O executivo avalia que o cenário de restrição de crédito e alta de juros, em conjunto com a mudança de regulação e a troca do governo federal, impactou o setor de energia solar no Brasil em 2023, especialmente em relação às instalações residenciais.

Ele também aponta que a queda de preços de painéis solares no mercado internacional, combinado com o excesso de estoques, está fazendo com que os produtos sejam negociados em valores mais competitivos no país, o que também ajuda na melhora das vendas.

Leia mais: Brasil está entre os 10 países mais atrativos para investir em energia solar

O CEO da Sungrow Brasil, Rafael Ribeiro, indica que o mercado de minigeração distribuída já está aquecido. “Muitos investidores estão aproveitando os pareceres dentro da regulação antiga para implementar seus projetos.”

Ribeiro entende que o mercado solar seguirá com grandes desafios no segundo semestre, não apenas no mercado de instalações de menor porte (microgeração distribuída), mas também na geração centralizada, segmento composto por grandes usinas.

“Para a geração centralizada, a situação ainda é mais desafiadora devido as chuvas. Com os reservatórios das hidrelétricas com níveis altos, temos ainda os baixos preços da energia no mercado livre de curto e longo prazo”, explicou.

“Somando-se essa situação com os altos juros de financiamento de longo prazo, o “dia do perdão” da ANEEL, cancelando as outorgas existentes, tem levado muitos investidores a repensar seus projetos nesse momento, gerando ainda mais incertezas em 2023”, alertou o executivo.

Micro e Minigeração Distribuída

A micro e minigeração distribuída (Mini e Micro GD), se referem a centrais de geração elétrica de até 5 MW que fazem parte do sistema de compensação de energia elétrica (SCEE), permitindo que consumidores produzam a própria energia e obtenham economia na conta de luz compensando créditos junto as distribuidoras.

A Lei 14.300, que estabeleceu o Marco Legal da GD, reduziu o limite da minigeração distribuída na fonte solar para 3 MW. Já a microgeração distribuída segue correspondendo a sistemas inferiores a 75 kW.

Conforme dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Micro GD representa a ampla maioria do mercado, com mais de 2 milhões de sistemas instalados no Brasil, superando mais de 17 GW de capacidade operacional. Já a Mini GD soma 33 mil usinas e cerca de 5 GW, dos quais mais de 1 GW foram adicionados ao longo de 2023.

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Ricardo Casarin

Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.

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Vanessa Loiola

Jornalista formada pela PUC-SP com experiência em mídia digital. Já cobriu as editorias de economia, finanças, bolsa de valores, política e entretenimento.

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