Geração solar distribuída ultrapassa 40 GW de capacidade instalada no Brasil
País conta com mais de 3,5 milhões de sistemas fotovoltaicos e 5,3 milhões de consumidores atendidos, mostram dados da Aneel


A geração solar distribuída (GD) ultrapassou 40 gigawatts (GW) de capacidade instalada no Brasil, mostram dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar. A modalidade permite que consumidores produzam a própria eletricidade por meio de sistemas fotovoltaicos instalados em residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos no Brasil.
A marca foi atingida menos de um ano após o mercado nacional chegar aos 30 GW de potência operacional, em julho do ano passado. Conforme os dados da reguladora, o segmento soma 3,5 milhões de instalações que beneficiam mais de 5,3 milhões de unidades consumidoras no país.
De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), os investimentos acumulados na modalidade superam os R$ 173,7 bilhões no país, responsáveis pela criação de mais de 1,2 milhão de empregos acumulados desde 2012.
A maior parte da capacidade instalada de GD solar do país corresponde a classe de consumo residencial, com 19,8 GW. Em seguida, vem os sistemas comerciais, rurais e industriais, com 11,3 GW, 5,4 GW e 2,8 GW, respectivamente.
O estado líder na modalidade é São Paulo, com 5,7 GW. Minas Gerais (4,8 GW), Paraná (3,6 GW), Rio Grande do Sul (3,4 GW) e Mato Grosso (2,6 GW) completam as cinco primeiras colocações. Já a cidade brasileira com maior capacidade instalada no segmento é Brasília (DF), com 498 megawatts (MW).
Ainda de acordo com os números da Aneel, o mercado nacional de GD solar já adicionou 3,6 GW em 2025, com 343 mil novas instalações que atendem 512 mil consumidores.
Entenda também sobre combustíveis fósseis
Indústrias e empresas
Os investimentos em geração própria de energia solar nas empresas e indústrias ultrapassam a marca de R$ 63,9 bilhões acumulados no Brasil, com mais de 392,9 mil sistemas fotovoltaicos para suprimento de eletricidade limpa em fábricas, estabelecimentos comerciais e empresas de serviços no país. O mapeamento é da TTS Energia, empresa de engenharia e construção de usinas solares no Brasil, também com base em balanços oficiais da Aneel.
De acordo com o levantamento, são mais de 13,8 GW de potência instalada nas empresas e indústrias brasileiras. A tecnologia fotovoltaica está presente em cerca de 5,4 mil municípios brasileiros, em um cálculo equivalente a pelo menos um sistema fotovoltaico instalado no meio corporativo por município.
Somente em 2025, de janeiro a maio, foi instalado 1 GW de geração própria solar nas empresas de comércio, serviços e fábricas, com a entrada de 57 mil novas unidades consumidoras, que passaram a ser abastecidas pela modalidade. No acumulado, o Brasil possui cerca de 1 milhão de imóveis corporativos atendidos pela tecnologia fotovoltaica.
Para Jacques Hulshof, CEO da TTS Energia, o maior uso da geração solar fortalece a sustentabilidade e o protagonismo empresarial na chamada agenda ESG, além de contribuir para a obtenção da Certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) - um sistema de classificação internacional para projetos e edifícios sustentáveis.
“Também amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, com operações mais sustentáveis e rentáveis”, declarou o executivo. A própria TTS Energia é detentora do projeto, instalação e comissionamento da maior usina solar em telhado no Brasil.
Trata-se do empreendimento de 6,4 megawatts-pico (MWp) instalado na unidade fabril da Jacto, na cidade de Pompeia, interior de São Paulo. Ao todo, a usina possui mais de 11,3 mil módulos fotovoltaicos instalados na cobertura da fábrica de equipamentos agrícolas da Jacto, numa área que abrange quase 39 mil metros quadrados.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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