Energia solar supera 23 GW na geração distribuída no Brasil
Mercado conta com 2 milhões de instalações beneficiando mais de 3 milhões de consumidores no País


A fonte solar chegou a 23 GW em operação no Brasil na geração distribuída (GD), mostram dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar. A modalidade, que permite que consumidores brasileiros produzam a própria energia elétrica, soma 2 milhões de sistemas fotovoltaicos, beneficiando 3 milhões de consumidores.
Ao longo de 2023, já foram acrescentados 419 mil sistemas fotovoltaicos para 563 mil novos clientes, somando quase 5 GW de capacidade instalada. Somente nos últimos doze meses, o segmento ganhou 8,6 GW e mais de 1 milhão de unidades consumidoras no País.
Leia mais: Brasil supera 33 GW de energia solar em operação
A classe de consumo residencial é a mais representativa do mercado de energia solar brasileiro, com 11,3 GW e mais de 2 milhões de consumidores. Em seguida vem os perfis comercial, rural e industrial, com 6,4 GW, 3,3 GW e 1,6 GW de capacidade instalada, respectivamente.
O estado líder na GD solar é Minas Gerais, com 3,1 GW de potência operacional, seguido de perto por São Paulo, com 3 GW. Já a cidade do país com maior capacidade instalada na modalidade é Florianópolis (SC), com 778 MW.
R$ 115 bilhões em investimentos
Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o mercado de GD solar acumula cerca de R$ 115,8 bilhões em investimentos desde 2012, que geraram mais de 690 mil empregos e uma arrecadação aos cofres públicos de R$ 30,2 bilhões.
A entidade defende que o aumento do uso da tecnologia fotovoltaica poderia ser ainda maior, se não fossem os bloqueios arbitrários impostos pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica, com mais de 3,1 mil pedidos de conexão cancelados e suspensos nos últimos meses, totalizando cerca de 1 GW. Com tais restrições, o prejuízo calculado ultrapassa os R$ 3 bilhões.
De acordo com o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o país pode tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa e renovável com a energia solar.
“Embora as 3 milhões de unidades consumidoras abastecidas com energia solar distribuída seja motivo de comemoração, há ainda muito espaço para crescer, já que o Brasil possui cerca de 91,7 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica e começa a avançar no modelo ideal de transição energética e industrialização verde”, comentou Koloszuk.
“Devemos seguir o exemplo da países mais desenvolvidos nesta área, em especial a Austrália, que, com boas políticas públicas, tornou-se referência global no uso da energia solar em residências e empresas, com cerca de 30% das unidades consumidoras naquele país atendidas por sistemas fotovoltaicos”, ressaltou o dirigente.
Economia e sustentabilidade
O CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, aponta que o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros.
“A geração própria instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos, diretamente nos centros urbanos e de consumo, ajuda a fortalecer e traz mais resiliência à rede elétrica, ao concentrar a geração de eletricidade próximo dos locais de consumo."
"Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos”, explicou Sauaia.
“A fonte solar é, portanto, uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do país. O crescimento da geração própria da energia fotovoltaica também amplia a atração de capital e impulsiona a geração de mais emprego e renda aos brasileiros”, concluiu o CEO da Absolar.

Ricardo Casarin
Repórter de economia e negócios, com passagens pela grande imprensa. Formado na Universidade de Metodista de São Paulo, possui experiência em mídia impressa e digital e na cobertura de diversos setores como petróleo e gás, energia, mineração, papel e celulose, automotivo, entre outros.
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